Luz, câmera... paralisação. Virou rotina nos estádios. Em dias de jogos à noite, a torcida local costuma usar o artifício da luz a laser para prejudicar a visão, principalmente, do goleiro adversário. Apesar de ser tratado superficialmente pela comissão de arbitragem, um especialista : o laser é muito perigoso e pode até levar à cegueira.
Na quarta-feira, em São Januário, o goleiro Edson Bastos, do Coritiba, não titubeou e, assim que o objeto começou a ser utilizado pelos vascaínos, solicitou ao árbitro Paulo César de Oliveira que paralisasse o primeiro jogo da final da Copa do Brasil. O juiz atendeu ao pedido e aguardou a resolução do problema. No entanto, no jogo contra o Cerro Porteño, em Assunção, Neymar não teve a mesma sorte e passou muito tempo perseguido pela luz nos olhos.
De acordo com o oftalmologista André Maia, médico da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o contato com o laser é muito perigoso.
- Há casos descritos de queimadura da retina e até perda da visão em pessoas que frequentaram festas "rave" e tiveram contato com raios laser desse tipo. Isso tinha que ser considerado arma e proibido nos jogos de futebol. A potência é muito alta e pode queimar a retina.
O laser com alcance de aproximadamente 300 metros custa em torno de R$ 50 e, na maioria das vezes, vem da China.
- Basta que a luz chegue dentro do olho, que é uma lente de 60 graus. O laser é concentrado no centro da visão, onde pode até cegar - destaca o médico.
Um árbitro, que preferiu não se identificar, contou que o assunto é pouco abordado pela Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol (Conaf). A discussão é superficial, sem qualquer determinação para, por exemplo, paralisar a partida. Os árbitros são livres para determinar, de acordo com seus critérios, as atitudes a serem tomadas.
- Para dizer a verdade, (a Conaf) aborda de maneira superficial e fica pelo bom senso do árbitro, dependendo do quanto está atrapalhando o jogo. Temos essa autoridade de paralisar - disse o juiz.
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