05/07/2011

Fotolog Parabólica Hawaiianas entrevista Humberto Gessinger

Fotolog Parabólica Hawaiianas publica entrevista com o Humberto Gessinger.
Fãs participaram enviando perguntas. Gessinger muito autêntico nas respostas.

Muitas pessoas o consideram um filósofo, pela profundidade de suas letras. No começo do Engenheiros do Hawaii, você já tinha uma visão de que suas composições fossem encaradas pelos fãs como aforismos, e que muito do que está escrito nessas letras pudessem servir de inspiração e até espelhassem situações parecidas com as pessoas que ouvem as músicas do Engenheiros?
@valeria_strange

HG: Não, nunca pensei e procuro não pensar neste tipo de relevância. Tenho medo de perder a naturalidade se começar a racionalizar o processo. Quando escrevo, sinto que estou conversando comigo mesmo. Não me parece que aquilo vá interessar a mais ninguém. Mas é claro que acho ótimo que, depois, outras pessoas entrem no papo.

Humberto, como é sua relação com a Literatura? Tem algum autor preferido?
@Belzinhar

HG: Ao contrário da música, não tenho autores preferidos na literatura... há livros como Grande Sertão:Veredas, 100 Anos de Solidão, O Estrangeiro, A Peste, Lobo da Estepe dos quais gosto tanto quanto de alguns discos. Mas, com músicos, tenho uma relação mais passional do que com escritores.

Há muitos trocadilhos (não sei se a palavra certa é essa) inteligentes e frases históricas ou de contexto político em suas músicas como em: Nunca se Sabe ; Alivio Imediato; Infinita Highway; Terra de Gigantes e muitas e muitas outras. A minha curiosidade é se você tem algum livro de rimas ou se essas combinações de palavras é algo natural que simplesmente brotam da sua mente? Por acaso você faz algum estudo a respeito de algum assunto q aparece em suas musicas ou tudo o que você coloca em suas músicas são coisas que já estão em sua mente q você aprendeu no decorrer de sua vida e você guardou na cabeça?
@FabioBlan

HG: Nunca vi um dicionário de rima. Existe? Pensei que era lenda. Acho que temos que dar espaço para a casualidade, para as lembranças e os lapsos de memória. Escrevo como penso, não ponho luvas nem uniforme pra escrever. Não tenho lugar nem hora especial para escrever. Minha escrita não é revelação do que sou, ela É o que sou.

Tenho 18 anos e entrei recentemente no "mundo" EngHaw e Pouca Vogal. Admiro muito seu trabalho, parabéns! Humberto descreva com uma palavra/música o quanto Engenheiros e Pouca Vogal significam pra você e dedique uma canção para todos os fãs.
@Luana_EngHaw

HG: Seja bem vinda! Mais do que uma canção, eu dedicaria minha carreira inteira. Eu não sou ator nem tô-a-toa, então minhas bandas são minha vida.

Humberto, você está satisfeito com “aceitação” dos fãs dos Engenheiros do Hawaii em relação com o Pouca Vogal?
@XandeEnghaw

HG: Ah, os De Fé acarinharam desde cedo o projeto. Foi fundamental, pois eu estava muito só. Muita gente achando loucura o que eu estava fazendo. Também, nas internas, eu estava só. Ali, rolava uma euforia natural, pois, para o Duca e a equipe, era um momento de expansão, de maior exposição, de chegar a lugares onde eles nunca tinham estado. Para mim, era o contrário: hora do mergulho, momento de concentração. Os fãs me fizeram companhia, como sempre.
Entendo o estranhamento inicial que o PcVgl gera, afinal, é um formato inédito. Às vezes rola uma tentativa forçada de criar simetria entre eu e Duca. Não é por aí. Tivemos histórias muito diferentes e também somos diferentes na nossa relação com a arte, com a vida. Acho os EngHaw bem diferentes do público da Cidadão Quem. O bacana é ver e respeitar estas diferenças. Não encarar PcVgl como melhor ou pior. É diferente.

A canção “Anjo da Guarda” pensa em regrava-la?

@FPH_EngHaw – Moderadora: @EllenRodrigues_

HG: É possível. Só não gravei por não ter chegado ao arranjo certo. É o tipo de música que , se vacilar, fica mais bonitinha do que deveria ser.

Humberto comparando o livro “Pra Ser Sincero” com o “Mapas do Acaso”, muitos leitores sentiram que o MdA45 estava mais “filosófico” do que “biográfico”. Afirma essa opinião?
@FPH_EngHaw

HG: Sim, o PSS123 tem maior compromisso com cronologia, discografia, datas e nomes. MDA45 é menos linear, mais pessoal e subjetivo. São complementares, um não existiria sem o outro. Dois lados da mesma moeda. Escrevi os dois quase ao mesmo tempo. Enquanto escrevia o PSS123, pintavam ideias que pediam outro tom. Logo descobri que ali estava a semente de outro livro, o MDA45.

Têm planos para um novo CD com o projeto Pouca Vogal?
@FPH_EngHaw

HG: Desde a gravação, eu mudei muitas coisas: incorporei synth, percussão com os pés, tô sempre buscando... quando vejo o DVD sinto falta de ter registrado isso. Mas ainda não sei se gravaremos novo DVD. Se gravarmos, depois de gravarmos, sei que já terei acrescentado outras coisas, continuarei buscando... é assim. Todo e qualquer registro é parcial. Melhor que seja assim. A vida é sempre maior.

Por: @EllenRodrigues_
Fonte: http://www.fotolog.com.br/HG94

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