04/08/2011

Obama transforma aniversário de 50 em evento de arrecadação

Por Steve Holland

O presidente dos EUA, Barack Obama, transformou na quarta-feira sua festa de 50 anos em um evento de arrecadação de doações para a campanha à reeleição em 2012.

Diante de uma grande plateia em um auditório de Chicago, cidade onde fez carreira política, Obama foi bem acolhido, depois do desgaste que sofreu nos últimos dias para aprovar o novo teto de endividamento do governo.

No discurso, e também numa teleconferência para seguidores em várias cidades que fizeram festas de aniversário para o presidente, Obama disse que poderá agora retomar o foco na geração de empregos, depois de sancionar na terça-feira o acordo sobre o endividamento. A lei foi aprovada poucas horas antes do prazo final, após dolorosas negociações com os republicanos para que o governo evitasse uma moratória.

"Essa última semana foi uma semana frustrante", disse Obama, que completa 50 anos nesta quinta-feira.

Ele usou o conflito em torno da dívida e do déficit para dizer aos seus apoiadores que democratas e republicanos têm profundas divisões a respeito da política econômica, e que a eleição presidencial de novembro de 2012 "de certa forma poderá ser mais importante que a última (de 2008)".

Para aprovar o novo limite de endividamento, Obama concordou com 2,1 trilhões de dólares em cortes de gastos públicos ao longo da próxima década, mas a oposição resistiu à proposta governista de elevar impostos para as camadas mais ricas.

Retomando a pré-campanha após um mês dedicado à negociação da dívida, Obama usou suas aparições para defender os resultados econômicos do seu governo. Disse que recebeu uma série de problemas do seu antecessor, o republicano George W. Bush, inclusive uma economia em situação pior do que ele e seus assessores imaginavam.

Os EUA têm atualmente um desemprego de 9,2 por cento, e seu crescimento econômico não consegue decolar. A crise da dívida deixou o país à beira de uma inédita moratória, com reflexos sobre as Bolsas.

Obama disse que os novos desafios que seu governo enfrenta não serão resolvidos da noite para o dia. "Sabemos que ainda temos muito trabalho a fazer na economia", disse ele. "Espero que possamos evitar outra ferida autoinfligida, como vimos nas últimas semanas, porque não temos tempo para jogar esses jogos partidários."

A calorosa recepção dada a Obama pelos 2.400 simpatizantes em Chicago, que também viram apresentações dos músicos Jennifer Hudson e Herbie Hancock, foi um bálsamo para o presidente, cuja aprovação em nível nacional mal passa dos 40 por cento.

"Não importa como as coisas fiquem complicadas em Washington, porque sei que tenho vocês na minha retaguarda", disse ele, erguendo a voz para se fazer ouvir sobre os urros da plateia. "Sei que vamos promover a mudança na qual todos nós acreditamos."

Fonte: O Globo

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