14/11/2008

Tarcízio cometerá erro histórico se renunciar agora

Pela fragilidade no comando da base aliada na Assembléia Legislativa e pelo temor de se tornar refém do político mais poderoso da Bahia no momento, ministro Geddel Vieira Lima, que do alto das 115 prefeituras conquistadas pelo seu partido, PMDB, se torna o político com maior peso de decisão para a eleição de governador em 2010, finalmente o governador Jaques Wagner selou acordo com o PP (Partido Progressista) cedendo ao mesmo à Secretaria de Agricultura que será ocupada pelo deputado estadual Roberto Muniz, que até então era contrário a participação do partido na base governista.
Essa nova composição foi boa para Feira de Santana, que terá o retorno de Eliana Boaventura à Assembléia Legislativa. Agora Eliana volta ao ninho antigo, já que começou sua vida pública no PMDB apoiada pelo ex-prefeito Colbert Martins sendo opositora ferrenha do grupo do PFL, hoje DEM. Em 2000, levada pelas mãos do deputado federal Jairo Carneiro ao governador da época, Cesar Borges, Eliana, que era suplente, depois de conversar com o governador, se afastou da oposição e ocupou o mandato do deputado Wilson Brito, eleito prefeito de Prado.
No acordo Eliana apoiaria a primeira candidatura de José Ronaldo a prefeito. O resultado do apoio em 2000 chegou em 2002, com o apadrinhamento total do prefeito José Ronaldo à candidatura da nova aliada. Foi a primeira eleição vitoriosa de Eliana, uma vez que as duas anteriores foi decorrente da vacância dos cargos pelos titulares. Na ultima eleição de 2006, a deputada mais uma vez não se elegeu, mas, ficou numa situação privilegiada ao ocupar a segunda suplência da coligação. Depois do pleito, Eliana ocupou os programas de rádio de forma recorrente se queixando do prefeito José Ronaldo, que teria contribuído mais com a campanha do radialista Carlos Geilson do que com a dela própria.
Só falta agora como brinde final de alguém que abandona o grupo para se enfileirar com o governo do PT que ela sempre criticou, dar-lhe antecipadamente este presente, não em janeiro, por obra de Jaques Wagner, mas agora, com uma renúncia desnecessária, forçada ou não, do deputado Tarzício Pimenta.
Será um erro histórico grave para o currículo do deputado, que recebeu implicitamente, através de uma bela vitória de primeiro turno, a permissão de só interromper o seu mandato de deputado estadual para no dia seguinte assumir o cargo de mandatário da segunda maior cidade da Bahia, fora disso é Tarcízio manchar o seu vitorioso histórico político.

Fonte: Folha do Estado

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