12/02/2011

Dilma acerta no respeito aos símbolos da política

A presidente Dilma Rousseff, na sexta semana de governo, dá mostras de que tem “timing” político, isto é, não erra quando se trata de dar pronta resposta a episódios que exigem sua presença física ou a manifestação pública da presidente.
Foi assim quando Dilma respondeu prontamente à tragédia das chuvas na região serrana do Rio, comparecendo pessoalmente ao local e determinando a mobilização da máquina federal, ministros e verbas para o socorro às vítimas.
Foi também assim quando compareceu ao Congresso Nacional na sessão de abertura dos trabalhos e registrou com sua presença o respeito pela autonomia dos poderes. Acabou se transformando no centro das atenções.
Ao saber da última internação do ex-vice-presidente, José Alencar, Dilma suspendeu a agenda, voou para São Paulo, para uma visita de meia-hora ao ex-colega de governo. A gravidade da situação exigia o gesto. E ela não perdeu tempo. Ao despedir-se de Alencar, Dilma contradisse mais uma vez a fama de dama de ferro ao mal disfarçar as lágrimas.
Em seu pronunciamento de estréia à Nação, a primeira presidente mulher escolheu o dia da volta às aulas nas escolas públicas. O tema: a Educação. E reforçou seu compromisso como governante, mãe e avó, em trabalhar pela melhoria da Educação – ainda um desafio para seu governo.
No aniversário do PT, Dilma foi outra vez respeitosa dos ritos e símbolos políticos. Embora estivesse em sua casa, isto é, um evento petista, a presidente teve a cautela de não disputar atenções com Lula. Chegou ao evento depois do discurso do ex-presidente, passou apenas meia hora no local, cumpriu o ritual de reverenciar o líder máximo do partido, e saiu de cena discretamente, sem discursar.
Até aqui, Dllma não errou no reconhecimento e no respeito à simbologia da política. Sua sobriedade é elogiada até pela oposição – o que vem incomodando setores do PT, que vêem nestas manifestações uma tentativa velada de intrigá-la com Lula. Mas a presidente segue silenciosa ante as insinuações, focada na gerência do governo – fiel ao próprio estilo.

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