Soldados leais a Alassane Ouattara encontraram neste sábado forte resistência de combatentes do presidente Laurent Gbagbo na capital da Costa do Marfim, Abidjan, enquanto ambos os lados lutam pelo controle do país do oeste africano.
Houve confrontos entre forças leais aos dois rivais nos arredores do Palácio Presidencial, na emissora estatal RTI e em bases militares. Um repórter da Reuters ouviu tiros e explosões de pesados bombardeios perto do palácio durante toda a manhã.
Em um sinal de quão sangrento o conflito se tornou, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que pelo menos 800 pessoas foram mortas em combates na cidade de Duekoue, localizada no oeste do país, nesta semana.
Isso levaria o número de mortos nos conflitos, iniciados desde as eleições presidenciais, nas quais Ouattara foi reconhecido internacionalmente como vencedor, a 1.300 pessoas.
Os números reais, contudo, devem ser muito maiores, pois os combates têm sido muito sangrentos e as forças de Gbagbo raramente divulgam suas baixas ou os civis que mataram.
Tiroteios e sons de armamentos pesados foram ouvidos em Abidjan enquanto os ex-rebeldes do país realizavam uma ofensiva para derrubar Gbagbo, que se recusou a deixar o poder.
Moradores disseram ter ouvido grandes explosões perto da base de Agban, a maior da cidade, no bairro de Adjame, próximo a Cocody, onde Gbagbo tem a sua residência oficial.
"Disparos de morteiros foram ouvidos desde o fim da noite passada próximo à Gendarmaria. O som é muito alto e estávamos no abrigando em nossas casas", afirmou Jules Konin, que mora perto do local.
"Os gendarmes do acampamento estão lutando contra os insurgentes", afirmou outro morador, Adi Saba.
Forças pró-Gbagbo mantiveram o controle da RTI, que voltou ao ar no final da sexta-feira após os conflitos terem causado a queda do sinal. A emissora transmitiu comícios pró-Gbagbo e imagens de arquivo de seu juramento em cerimônia ocorrida após as eleições de novembro.
Uma autoridade do Exército, cercada por soldados, anunciou na RTI na manhã deste sábado que todos os membros das forças de segurança de Gbagbo devem se mobilizar para lutar contra a ofensiva dos combatentes de Ouattara.
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