Hoje, 20 de julho, faz quatro anos que meu avô, Antonio Carlos Magalhães, nos deixou, seguindo o destino natural que a vida reserva a todos nós. Não há como negar a grande falta que ele faz. Falta que é sentida pela sua família, pelos seus amigos e por milhares de baianos que aprenderam a admirá-lo e com ele guardam uma verdadeira relação de amor. ACM foi aquele tipo de pessoa que teve uma existência plena, corajosa, marcada por ideias muito claras, com firmeza nas convicções e repleta de realizações. É esse homem, baiano de corpo e alma, exemplo do que há de mais autêntico no jeito de ser do nosso povo, pessoa que guardo no meu coração e na minha mente, que quero homenagear.
Confesso que, ao longo desses quatro anos, não deixei um dia sequer de pensar no que ele representou e ainda representa para a Bahia. Penso no seu legado e, acima de tudo, na sua lição de vida. Foi um homem coerente, verdadeiro e fiel a seus princípios. Lutou pelo que acreditava, sabendo ser firme com ternura. E, mais que isso, foi um homem apaixonado. E, dentre as várias paixões de sua vida, uma sempre ocupou lugar preferencial em seu coração: a paixão pela Bahia. Uma paixão desmedida, uma paixão vivida com rara intensidade, uma paixão que moveu a sua vida e alimentou as suas lutas.
Uma paixão que o deixava feliz e orgulhoso, pois ele sentia e sabia que era marcada pela reciprocidade da nossa gente. Até hoje, são incontáveis as pessoas que nos honram com manifestações de carinho e mensagens que expressam o agradecimento e a saudade de ACM. Não é de graça, ou à toa, que seu nome se confunde com o da Bahia. Falar em realizações na Bahia, falar da Bahia moderna, falar do orgulho de ser baiano, é falar em Antonio Carlos Magalhães.
É certo que muitos homens públicos contribuíram para a construção do nosso Estado. E muitos outros hão de contribuir. Isso é verdade. Como também é verdade que nenhum político na história contemporânea da Bahia conta em seu currículo, em sua trajetória de vida pública, com tantas realizações como Antonio Carlos Magalhães. Realizações que mudaram e modernizaram as matrizes socioeconômicas do Estado, que deram um novo impulso ao tecido social da Bahia, com profunda repercussão em toda a região Nordeste.
Não vou aqui enumerá-las. São inúmeras, vão do Polo Petroquímico à expansão de uma nova fronteira agrícola; da recuperação do nosso patrimônio histórico aos programas de combate à pobreza; da luta pela Ford ao trabalho para evitar que a violência campeasse entre nós; da construção de um centro administrativo à formação de uma geração de administradores públicos.
O seu legado nos deixa um grande desafio. O desafio de agir com espírito público, de saber que as nossas realizações devem ser do tamanho dos nossos sonhos, de buscar na coragem a força para construir um futuro diferente, de jamais se acomodar nas adversidades e, principalmente, de defender a Bahia, colocando os baianos sempre em primeiro lugar.
Tudo isso me estimula e me faz ter o mesmo compromisso com a Bahia que ele teve. Bahia que, hoje, necessita de uma injeção de ânimo para voltar a liderar o Nordeste, recuperando a importância perdida no plano nacional. Bahia que, infelizmente, retrocede em setores como educação, saúde e segurança; este último rendendo recordes negativos, sacrificando vidas inocentes e retirando a paz e a tranquilidade do nosso povo. Há um vazio da falta de comprometimento com a nossa gente, há uma lacuna que se amplia toda vez que comparamos os nossos governantes com o inesquecível Antonio Carlos Magalhães. Quatro anos passam rápido demais. Contudo, a saudade não passa jamais.
Antonio Carlos Magalhães Neto
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