22/02/2010

Aos companheiros acadêmicos.


Quando entrei na Universidade, imaginei encontrar ali um ambiente, um espaço que refletisse a universalidade, que ali eu aprenderia as grandes coisas da vida. Um ano e meio depois, enxergo tudo mais claro e diferente. A universidade é falha, pois faz parte de todo um sistema, inclusive de interesses políticos e sociais. As coisas da vida que achei que aprenderia na academia, essas, só posso mesmo aprender com a própria vida.
Outra coisa que aprendi durante esse tempo é sobre os pseudo-intelectuais. Estes seres são responsáveis por promover a arrogância e a prepotência. Enfadam-se na leitura de livros(muitos só fingem lê-los), zombam de outras pessoas, se escondem atrás de um diploma, mas, na universidade da vida, não passam de tolos, todos uns fracos e inseguros.
O que tenho aprendido desde que entrei na universidade é que como profissional só eu posso ser responsável por minha formação e por isso devo ter a sede do saber, não apenas para guardar, publicar em artigos ou livros e até para me promover, mas sim para absorver e repassar para o máximo de pessoas que eu conheça.
Aprendi também que tudo aquilo que eu escrevo já não me pertence e sim ao mundo.E é para o mundo que devo espargir o meu conhecimento.E seguir lendo e relendo não apenas artigos acadêmicos, mas olhares, gestos, pessoas e histórias que, fora da universidade, já são por si e por suas experiências PHDs na Universidade da Vida.

Aprender sempre, seja com uma quitandeira, seja com uma pós-doutora, seja o dono do bar da esquina, seja um renomado professor.Aprendemos sempre, nunca seremos os detentores do saber, se assim fôssemos, não existiriam livros, nós então o seríamos.


Este texto foi escrito há aproximadamente dois anos atrás, em um domingo, pra ser mais precisa no dia 24 de agosto de 2008.Eu estava relendo as postagens antigas do Anaconfabulando e acabei decidindo postar aqui.Por que?Não sei bem, talvez porque eu continue pensando dessa forma.


Ana Paula Duarte

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