10/05/2010

Da série: um pouco de literatura

Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em taltal não amanhece ainda a primavera.
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações
tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa cravos.

Pablo Neruda (Neftalí Ricardo Reyes Basoalto), foi um  poeta chileno, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do  século XX, nascido em Parral (Chile) no dia 12 de Julho de 1904. Cônsul do Chile na Espanha (1934-1938) e no México, eleito senador em  1945, foi embaixador na França (1970). Suas poesias da primeira fase são  inspiradas por uma angústia altamente romântica. Passou por uma fase  surrealista. Tornou-se marxista e revolucionário, sendo, primeiramente, a  voz angustiada da República Espanhola e, depois, das revoluções  latino-americanas. Faleceu em Santiago (Chile) no dia 23 de Setembro de 1973.

Um comentário:

À PÉ ATÉ ENCONTRAR disse...

Adoro os poemas de Neruda, são sempre tão tocantes, eles perfuram pedras!
Abraço a todos os colaboradores do blog, as informações aqui estão ótimas!