29/06/2010

A agonia do DEM para encontrar candidato

O DEM, especialmente o baiano, vivencia o complexo da borboleta. O processo de transmutação, de metamorfose que teima em não dar certo para o partido que nasceu na ditadura batizado como Arena para respaldar o regime dos militares. Na primeira metamorfose, passou a ser PDS. Não deu certo. Mudou para PFL. Perdeu os grotões e tentou ser urbano e em nova reforma (de nome) passou a ser Democratas, o DEM, que atravessa nesta campanha um processo agônico que, possivelmente, o levará ao encolhimento nacional. Exemplo é o DEM baiano, que reinou soberano sob a força da corrente carlista e desmoronou quando o chefe morreu. O partido se dispersou. O ex-governador Paulo Souto sofre para compor a sua chapa. Precisa de um candidato a senador e não encontra. Ele é o último nome de peso do partido, juntamente com José Carlos Aleluia, e diria também ACM Neto, se ele não tivesse perdido a eleição para a Prefeitura de Salvador. Souto tem ao seu lado o amigo José Ronaldo, candidato fortíssimo ao Sendo. Falta o segundo. ACM Jr visivelmente não quer. A estrutura do partido encolheu no interior onde o que vale é o nome do ex-governador, já que os Magalhães perdem consistência e, ao que se sabe, não ajudam. Diante da situação, cujo prazo para definir se encerra amanhã, já pensa até em Gerson “Gabrielli, que perdeu a última eleição e parece que a sua cesta de votos desapareceu na desmontagem do apoio do que chamou “nação lojista”, referindo-se ao CDL que presidiu. Assim, o DEM baiano chegou ao extremo de não encontrar um nome para o Senado, o que demonstra o desmantelamento do poderio do partido que reinou na Bahia por longo tempo, abusando da força ditatorial da corrente que comandava a política estadual por décadas. É. “Tudo que é sólido (ou imaginava ser) desmancha-se no ar.”  
(Samuel Celestino)

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