Guerra se auto-exclui da lista: ‘Não há condição alguma’
Aos pouquinhos, a demora na escolha do candidato a vice na chapa de José Serra vai ganhando ares de crise.
Dentro de oito dias, o PSDB realiza sua convenção nacional. Serra é pressionado agora a definir o nome do parceiro de chapa antes do dia 12.
Trata-se de uma mudança de planos. Antes, cogitava-se oficializar a candidatura de Serra e adiar o anúncio de seu segundo para o final do mês.
O próprio candidato admitira a hipótese publicamente. Mas dirigentes do PSDB e do aliado DEM passaram a enxergar o adiamento como um problema.
Dissemina-se a tese segundo a qual a procrastinação sugere uma impressão de tibieza.
Algo que, levado às últimas consequências, vai passar a impressão incômoda –e falsa, dizem os tucanos— de que ninguém quer ser vice de Serra.
Empurrado para o fim de junho, o tema como que monopolizaria o noticiário sobre a campanha de Serra. Não se falaria de outra coisa.
A prevalecer esse entendimento, Serra terá uma semana para fazer, sob pressão, o que não fez, por conveniência política, em 60 dias.
De saída, Serra terá de superar um dilema. Um pedaço do PSDB ainda defende que a chapa deve ser puro-sangue.
O próprio Aécio Neves, depois de recusar a incumbência pela enésima vez, sugeriu o nome de outro grão-tucano: Tasso Jereissati.
A exemplo do correligionário mineiro, o grão-tucano cearense disse que não cogita ser vice. Prefere concorrer à reeleição para o Senado.
Sem Aécio e Tasso, escalou a lista de “opções” o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Mal esquentou lugar no noticiário, Guerra já cuidou, nesta quinta (3), de se auto-excluir do rol de vices: "Não há condição alguma".
A direção do DEM observa a movimentação dos parceiros tucanos com um pé atrás. É grande o incômodo.
O DEM considera-se dono da vaga. Topara abrir mão em favor de Aécio. Sem ele, nada feito.
Em diálogos privados, os principais dirigentes do DEM decidiram não impor nomes a Serra. Mas exige-se que o candidato selecione um vice de seus quadros.
Os morubixabas da tribo ‘demo’ queixam-se do tratamento que Serra vem dispensando a eles. Consideram-se alijados da campanha.
Nos subterrâneos, afirmam que a escolha de um vice de outra legenda consolidaria a impressão de que o DEM é visto como aliado de “segunda classe”.
Algo que o parceiro do PSDB, dono de uma vitrine televisiva de pouco mais de três minutos, não está disposto a admitir.
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