A reformulação que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pretende
implantar em seu departamento de seleções não passa apenas pela
definição do substituto de Dunga no comando do time principal. O
presidente da entidade, Ricardo Teixeira, quer concretizar um antigo
objetivo: transformar Carlos Alberto Parreira em coordenador.
Teixeira, que também acumula a presidência do Comitê Organizador Local
(COL) da Copa do Mundo de 2014, pretende se dedicar mais a fundo à
organização do Mundial brasileiro. Para tanto, precisa de tempo e,
consequentemente, de profissionais que conheçam a engrenagem da CBF e
sejam capazes de administrá-la sem vigilância integral. E Parreira se
encaixa perfeitamente na função. O próximo desafio é convencê-lo, o que a
entidade pretende fazer até o fim do mês, antes de anunciar o novo
técnico da seleção.
E, por falar no sucessor de Dunga, uma das possibilidades estudadas,
caso Parreira aceite o convite, é de que ele comande a seleção nos cinco
amistosos marcados até o fim do ano. A estratégia daria à CBF mais
tempo para analisar nomes e negociar a contratação do novo treinador. A
hipótese, porém, não agrada ao próprio Parreira.
A primeira vez que Teixeira investiu pesado para convencer Parreira a
aceitar o cargo ocorreu em 2002, logo após a vitoriosa campanha do
pentacampeonato no Mundial da Coreia do Sul e do Japão. O campeão de
1994 negociou durante várias semanas para ser o diretor de seleções.
Porém, no último momento, houve mudança de rumo e Parreira acabou
anunciado como sucessor de Luiz Felipe Scolari no comando da equipe, em
que permaneceu até a Copa do Mundo de 2006.
Na época, a alteração no plano original causou estranheza até a pessoas
próximas da presidência da CBF. A explicação que mais se ouve para
justificar a mudança é que Parreira gostaria de ajudar o amigo Zagallo a
voltar à seleção. Havia, porém, a determinação de que o Velho Lobo, que
enfrentava alguns problemas de saúde, não poderia ser o treinador.
Parreira, então, teria aceitado assumir o time para deixar o cargo
burocrático para o companheiro.
A vitoriosa dupla, que já havia trabalhado nos Mundiais de 1970 e 1994,
não conseguiu repetir o sucesso no Mundial da Alemanha. A polêmica
campanha de 2006 terminou marcada pela derrota para a França nas quartas
de final e pela falta de controle sobre o grupo. Tais incidentes, no
entanto, parecem ter vitimado mais os jogadores do que a comissão
técnica. Parreira segue prestigiado junto a Teixeira.
Outros atributos de Parreira são considerados fundamentais para a CBF.
Entre eles, a rede de contatos internacionais do treinador e sua
credibilidade. Figura das mais respeitadas no meio esportivo, Parreira é
visto como potencial embaixador da Copa do Mundo de 2014, com
articulação necessária para representar a organização brasileira em
eventos diplomáticos. Já a imagem séria ajudaria a superar desconfianças
em relação à organização. Parreira foi procurado pelo Estado, mas não
respondeu às ligações. Informações do Agência Estado
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