A decisão do ministro Aldir Passarinho Júnior nesta quinta representou uma derrota importante para o PSDB e retira da campanha de Serra os principais argumentos contra os adversários petistas. Para o ministro Passarinho, corregedor geral de justiça eleitoral, não há provas ou vinculação direta entre as quebras de sigilos fiscais de tucanos e o comitê de campanha de Dilma Rousseff.
Segundo o ministro, a acusação “carece de substrato fático-probatório suficiente” e não há “concreta demonstração de efetivo benefício à candidatura” de Dilma Rousseff. Passarinho demonstra estar convencido de que se trata de “falta disciplinar, infração penal comum”, que , segundo ele exigem “apuração em sede própria, estranha à seara eleitoral”.
As conclusões do ministro, mesmo que sujeitas a recurso, soaram como música para o PT, já que coincidem com as alegações da campanha de Dilma Rousseff e do próprio governo. A candidata agora poderá afirmar que um representante de um tribunal superior, assim como ela, também considera que não há provas de crime eleitoral, muito menos de que ele tenha sido praticado por seu comitê. E seguir reclamando de calúnia, injúria e difamação, inclusive na justiça.
Para capitalizar politicamente com a decisão do TSE, o governo ainda fez questão de reforçar o caráter de “caso de polícia” que vem atribuindo ao episódio, aspecto agora confirmado por Passarinho. Logo após o anúncio da decisão, o ministro da Justiça convocou às pressas a imprensa – a tempo de alcançar o noticiário noturno das televisões – para dizer que, por determinação de Lula, a Polícia Federal concentrará as investigações, com ordem para acelerar a apuração, fazer relatórios diários das providências e providenciar que sejam punidos os culpados, “quem quer que sejam” – reforçou Luís Paulo Barreto.
A esta altura, o comitê de Serra discute se é conveniente, do ponto de vista político, insistir com um recurso no TSE, ou simplesmente manter o assunto no noticiário e no programa eleitoral. Mas, sem fato novo, dificilmente o episódio terá impacto relevante na campanha de Dilma. Mas mantém a temperatura alta e o adversário na defensiva - o que já não é pouco a esta altura da campanha.R7.
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