12/09/2010

Governo quer criar a estatal do S. Francisco

A menos de quatro meses do fim do mandato, o governo planeja a criação de mais uma estatal. A nova empresa terá como tarefa operar a transposição do Rio São Francisco e fazer a manutenção dos quase 800 quilômetros de canais de concreto em construção no semiárido nordestino - a obra mais cara do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) paga com dinheiro dos impostos.

Por atraso no cronograma, a transposição das águas não será inaugurada até o fim do ano. Apontada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "uma das maiores obras feitas no mundo" e a principal realização de seu governo na região Nordeste, a transposição só deverá ter o primeiro dos dois eixos prontos em junho de 2011. A obra completa deverá entrar em operação apenas no fim do ano seguinte.

Antes da entrada em funcionamento do primeiro trecho, o governo precisa definir o custo da água da transposição. Isso será feito com o detalhamento da nova estatal incumbida de operar o sistema, já chamada nos estudos prévios de "operadora federal".

"O funcionamento da transposição tem um custo", diz o coordenador do conselho de gestão do projeto, José Luiz de Souza, funcionário do Ministério da Integração Nacional. "O custo não será assombroso, será suportável. Água cara é a que não está disponível", pondera Souza, sobre o aumento na conta d"água dos futuros beneficiados pela transposição do São Francisco. "Será melhor do que pagar pelos carros-pipa."

O custo da operação da obra inclui a manutenção dos canais de concreto e sobretudo a operação das nove estações de bombeamento da água a uma altura de até 300 metros ao longo da transposição. A "operadora federal" da transposição terá como parceiras operadoras estaduais em quatro Estados beneficiados pela obra: Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. "A ideia é que o sistema se mantenha sem subsídio da União ou dos Estados", diz o coordenador.Estadão.

Nenhum comentário: