02/09/2010

O espetáculo do desespero

Preparem o vidro de antiácido. É provavel que vocês precisem dele hoje à noite, se forem assistir ao programa de José Serra. Segundo a Folha, Serra gravou, agora de manhã, uma pantomima onde vai se mostrar indignado com a quebra de sigilo fiscal de sua filha Verônica.

Que esta violação foi um delito, um crime, não há dúvidas. E é seu direito – mais, um dever como pai – protestar contra ela. Mas o que Serra vai fazer é se antecipar à apuração dos fatos e acusar o governo Lula e Dilma de serem promotores e “abafadores” do caso. Esta armação pode ter mil origens, desde um simples ato de estelionato a, até mesmo, uma tentativa de vingança dos muitos tucanos que Serra foi abatendo em sua inescrupulosa ânsia de nomear-se Presidente da República, convencido que é, de ser um “ser superior”, “o mais preparado” e que o mais alto cargo da República lhe caberia, desde 2002, como herdeiro da “capitania” de Fernando Henrique Cardoso.

Daqui a pouco coloco no ar o pronuciamento do presidente do PT, José Eduardo Dutra, que ingressou, com meu aplauso, com uma ação judicial por calúnia, injúria e difamação contra o senhor José Serra, cujos trapos remanescentes da dignidade já não conseguem cobrir os desígnios golpistas.

Serra não tolera, não admite e não suporta que o povão já tenha tomado sua decisão, que tenha escolhido Dilma como expressão da continuidade da mudança operada no governo Lula. Serra sabe muito bem de onde vem essa história do sigilo quebrado. É um fruto, ilegal, é verdade, da semeadura podre de golpes e chantagens que marca os subterrâneos do Tucanato.

Mas, estejam tranquilos. O mal que Serra vai causar não vai além de embrulhar o estômago das pessoas lúcidas e honradas que compõe a generalidade do povo brasileiro.

Aliás, a candidatura Serra se dissolve como um comprimido de Alka-Seltzer.Fonte: Tijolaço.com

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