BRASÍLIA - Nove linhas adiaram o caos aéreo. Decisão da Justiça
Federal garantiu o funcionamento normal dos aeroportos pelo menos até o
dia 10 de janeiro. A liminar concedida no final da noite de quarta-feira
pelo juiz da 4ª Vara Federal Itagiba Catta Preta Neto, que se estendeu
por apenas três parágrafos, obriga que os sindicatos dos aeronautas
(pilotos e comissários) e dos aeroviários (funcionários que trabalham em
terra) garantam que 100% dos trabalhadores mantenham suas atividades.
Em
caso de descumprimento, os sindicatos terão de pagar multa diária de R$
3 milhões. Na decisão, atendendo ao pedido do Ministério Público
Federal, o juiz critica o movimento grevista e a ameaça de paralisação
justamente quando há maior movimento nos aeroportos.
'A
deflagração de movimento paredista neste momento, às vésperas das
festividades de final de ano e posse de Presidente da república,
governadores de estados e membros dos poderes Legislativos Federal e
Estaduais afigura-se oportunista e abusiva', afirmou Catta Preta. 'Não
só a população brasileira como um todo que corre o risco de sofrer
prejuízos irreparáveis com tal movimento. É o bom nome do próprio país,
no cenário internacional, que está em jogo, ainda mais quando nos
preparamos para a realização de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos na
década que se inicia', acrescentou.
A decisão da Justiça Federal
coroou o cerco feito pelo Ministério Público e pelo governo contra a
greve anunciada pelos sindicatos para o início da manhã de ontem. A
Advocacia Geral da União, o Ministério Público do Trabalho e o
Ministério Público Federal entraram com três pedidos de liminar em
diferentes instâncias da Justiça.
As decisões que frustraram a
greve, no campo político, trazem dois benefícios. Primeiro e mais
importante para o governo: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não
deve terminar seu mandato em meio a um novo caos aéreo. Segundo: o
ministro da Defesa, Nelson Jobim, consegue evitar uma crise justamente
em meio a discussões sobre a criação de uma secretaria de aeroportos
apartada do Ministério da Defesa. Saiba mais.
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