Entusiasmado com os seis títulos que ganhou de uma vez só, eis que o
presidente do Santos quer agora unificar o título da Recopa de 1968 com
os da Taça Intercontinental, ganhos em 1962/63, para que o Peixe possa
ser tricampeão mundial.
Ele anunciou que pedira o auxílio da parceira CBF na empreitada junto
à Fifa, que tem sido, é verdade, rigorosa neste quesito, a ponto de não
ter atendido a reivindicação do Palmeiras quanto a Taça Rio de 1951,
também equivalente ao Mundial de Clubes.
Numa dessas, por sinal, a Fifa acaba por deixar de reconhecer a Taça
Intercontinental, que não promoveu, ao contrário do seu Mundial a partir
de 2000.
E a Taça Intercontinental era muito mais saborosa, principalmente na
época em que tinha um jogo em cada continente, como no bicampeonato
santista contra o Benfica e o Milan.
Mas a nova pretensão santista faz sentido à luz do que a CBF decidiu dia desses.
Da Recopa, afinal, participaram, pelo continente americano, o Santos, o Racing, da Argentina, e o Peñarol, do Uruguai.
E, pelo continente europeu, só a italiana Inter, mas porque o espanhol Real Madrid desistiu.
Historiadores não faltam para auxiliar o vitorioso presidente
santista nesta nova empreitada, embora esteja faltando o reconhecimento a
Marcelo Teixeira na anterior.
Aliás, é bom que se registre, também, há mais dois pedidos do gênero, mas à CBF.
A Lusa quer ver unificados como brasileiros os seus dois títulos do
Rio-São Paulo, os Torneios Roberto Gomes Pedrosa de 1952 e 1955 que
venceu brilhantemente ao enfrentar os mais poderosos times brasileiros
da época.
Desnecessário lembrar que o Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi o precursor do Robertão, semente do Brasileirão.
E, hoje se soube, também o Grêmio Maringá clama pelo reconhecimento
de sua façanha, em 1968, ano em que o Santos venceu a fortíssima Recopa,
quando o time do norte paranaense ganhou o Torneio dos Campeões.
Além do Galo do Norte, participaram do Torneio dos Campeões os
vencedores do Norte-Nordeste (Sport), da Taça Brasil (Botafogo) e do
próprio Robertão, o Santos!!!!
Na primeira fase, o Grêmio Maringá passou pelo Sport, com duas vitórias por 3×0, como mostra o sítio Paraná.online, em reportagem de Cahuê Miranda, aqui reproduzida.
Depois, encarou o Santos de Pelé e arrancou dois empates (1×1 e 2×2), o que levaria a disputa para um jogo extra.
Às vésperas de uma excursão internacional, o Peixe desistiu do
torneio, ficando a equipe paranaense classificada para encarar o
Botafogo na decisão.
Como a equipe carioca também abriu mão da disputa, a CBD
(Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF) teve que
entregar o troféu ao Grêmio Maringá.
Decidiu, porém, não enviar representantes para a Libertadores de 1969, priorizando a preparação da Seleção para a Copa de 1970.
Ora, o Maringá não tem culpa nenhuma disso.
E assim como seus co-irmãos haverá de contar com a boa vontade de Ricardo Teixeira, o distribuidor de estrelas.
O próximo Natal promete.
Por Juca Kfouri
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