25/12/2010

Para o Natal de 2011

Entusiasmado com os seis títulos que ganhou de uma vez só, eis que o presidente do Santos quer agora unificar o título da Recopa de 1968 com os da Taça Intercontinental, ganhos em 1962/63, para que o Peixe possa ser tricampeão mundial.

Ele anunciou que pedira o auxílio da parceira CBF na empreitada junto à Fifa, que tem sido, é verdade, rigorosa neste quesito, a ponto de não ter atendido a reivindicação do Palmeiras quanto a Taça Rio de 1951, também equivalente ao Mundial de Clubes.

Numa dessas, por sinal, a Fifa acaba por deixar de reconhecer a Taça Intercontinental, que não promoveu, ao contrário do seu Mundial a partir de 2000.

E a Taça Intercontinental era muito mais saborosa, principalmente na época em que tinha um jogo em cada continente, como no bicampeonato santista contra o Benfica e o Milan.

Mas a nova pretensão santista faz sentido à luz do que a CBF decidiu dia desses.
Da Recopa, afinal,  participaram, pelo continente americano, o Santos, o Racing, da Argentina, e o Peñarol, do Uruguai.
E, pelo continente europeu, só a italiana Inter, mas porque o espanhol Real Madrid desistiu.
Historiadores não faltam para auxiliar o vitorioso presidente santista nesta nova empreitada, embora esteja faltando o reconhecimento a Marcelo Teixeira na anterior.

Aliás, é bom que se registre, também, há mais dois pedidos do gênero, mas à CBF.

A Lusa quer ver unificados como brasileiros os seus dois títulos do Rio-São Paulo, os Torneios Roberto Gomes Pedrosa de 1952 e 1955 que venceu brilhantemente ao enfrentar os mais poderosos times brasileiros da época.

Desnecessário lembrar que o Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi o precursor do Robertão, semente do Brasileirão.

E, hoje se soube, também o Grêmio Maringá clama pelo reconhecimento de sua façanha, em 1968, ano em que o Santos venceu a fortíssima Recopa, quando o time do norte paranaense ganhou o Torneio dos Campeões.

Além do Galo do Norte, participaram do Torneio dos Campeões os vencedores do Norte-Nordeste (Sport), da Taça Brasil (Botafogo) e do próprio  Robertão, o Santos!!!!

Na primeira fase, o Grêmio Maringá passou pelo Sport, com duas vitórias por 3×0, como mostra o sítio Paraná.online, em reportagem de Cahuê Miranda, aqui reproduzida.

Depois, encarou o Santos de Pelé e arrancou dois empates (1×1 e 2×2), o que levaria a disputa para um jogo extra.

Às vésperas de uma excursão internacional, o Peixe desistiu do torneio, ficando a equipe paranaense classificada para encarar o Botafogo na decisão.

Como a equipe carioca também abriu mão da disputa, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF) teve que entregar o troféu ao Grêmio Maringá.

Decidiu, porém, não enviar representantes para a Libertadores de 1969, priorizando a preparação da Seleção para a Copa de 1970.

Ora, o Maringá não tem culpa nenhuma disso.

E assim como seus co-irmãos haverá de contar com a boa vontade de Ricardo Teixeira, o distribuidor de estrelas.

O próximo Natal promete.

Por Juca Kfouri

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