Como se fosse Nero, Ricardo Teixeira botou fogo na história do futebol brasileiro.
Achou que com uma canetada poderia transformar Taça Brasil em Campeonato Brasileiro.
Sim, taça virou campeonato.
Assim, o Santos para ser hexacampeão jogou 43 vezes contra 192 partidas feitas pelo São Paulo para também ser campeão seis vezes.
Só que o São Paulo foi mesmo.
O Inter, que era o único campeão brasileiro invicto depois de passar 23 jogos em perder em 1979, dividiria agora a façanha com o Palmeiras, invicto na Taça Brasil de 1960 em quatro jogos, com o Santos e com o Cruzeiro, campeão em 1966 com oito jogos sem perder.
Edson Arantes do Nascimento esteve na cerimônia na CBF como garoto-propaganda da unificação e saiu de lá com seis medalhas de ouro penduradas no pescoço.
Já o Rei Pelé, Atleta do Século 20, ganhou muito mais do que isso.
Teixeira ainda incentivou o Flamengo a ir à Justiça comum pelo reconhecimento do título brasileiro de 1987 e seu porta-voz alegou que ele correria o risco de ser preso se declarasse o rubro-negro campeão daquele ano.
Ora, se não foi depois das CPIs por que seria agora?
Este blogueiro aceita apenas a unificação do Robertão com o Brasileirão, razão pela qual passa a considerar o Palmeiras hexacampeão brasileiro, como o Flamengo e o São Paulo, e Santos e Fluminense como legítimos tricampeões.
De resto, é assim mesmo.
Se faltam critérios, se as decisões não são debatidas, se não há nenhum compromisso com a liturgia do jogo porque o presidente da CBF não está nem aí para o jogo do futebol, mas apenas para a política, razão pela qual só faz prejudicar mesquinhamente Flamengo e São Paulo, cada um faz o que bem entender.
É o que farei.
Comentário para o Jornal da CBN desta quinta-feira, 23 de dezembro de 2010. Por Juca Kfouri
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