24/12/2010

Puseram fogo na história do futebol brasileiro



Como se fosse Nero, Ricardo Teixeira botou fogo na história do futebol brasileiro.

Achou que com uma canetada poderia transformar Taça Brasil em  Campeonato Brasileiro.
Sim, taça virou campeonato.

Assim, o Santos para ser hexacampeão jogou 43 vezes contra 192 partidas feitas pelo São Paulo para também ser campeão seis vezes.

Só que o São Paulo foi mesmo.

O Inter, que era o único campeão brasileiro invicto depois de passar 23 jogos em perder em 1979, dividiria agora a façanha com o Palmeiras, invicto na Taça Brasil de 1960 em quatro jogos, com o Santos e com o Cruzeiro, campeão em 1966 com oito jogos sem perder.

Edson Arantes do Nascimento esteve na cerimônia na CBF como garoto-propaganda da unificação e saiu de lá com seis medalhas de ouro penduradas no pescoço.

Já o Rei Pelé, Atleta do Século 20, ganhou muito mais do que isso.

Teixeira ainda incentivou o Flamengo a ir à Justiça comum pelo reconhecimento do título brasileiro de 1987 e seu porta-voz alegou que ele correria o risco de ser preso se declarasse o rubro-negro campeão daquele ano.

Ora, se não foi depois das CPIs por que seria agora?

Este blogueiro aceita apenas a unificação do Robertão com o Brasileirão, razão pela qual passa a considerar o Palmeiras hexacampeão brasileiro, como o Flamengo e o São Paulo, e Santos e Fluminense como legítimos tricampeões.

De resto, é assim mesmo.

Se faltam critérios, se as decisões não são debatidas, se não há nenhum compromisso com a liturgia do jogo porque o presidente da CBF não está nem aí para o jogo do futebol, mas apenas para a política, razão pela qual só faz prejudicar mesquinhamente Flamengo e São Paulo, cada um faz o que bem entender.

É o que farei.


Comentário para o Jornal da CBN desta quinta-feira, 23 de dezembro de 2010. Por Juca Kfouri

Nenhum comentário: