30/01/2011

Conhecendo Petrolina e Juazeiro

- Em sua "Petrolina Juazeiro", popularizada na voz de Alceu Valença, Jorge de Altinho diz que gosta de Juazeiro e adora Petrolina. Frente à questão da qual não tem jeito de escapar - qual você gosta mais - melhor se sair com uma resposta na mesma linha. É o jeito de não despertar os ciúmes dos habitantes de um ou do outro lado das margens.

Ponte Presidente Dutra 
Divididas apenas pelo São Francisco, que deixa Juazeiro em território baiano e Petrolina, no pernambucano, as cidades são tão próximas como diferentes. Com um centro de ruas estreitas e construções antiguinhas, a primeira é um furdunço só. Shows de artistas famosos no cenário nacional são anunciados em cartazes por todos os lados, mas são os barzinhos da orla que fazem a festa do dia a dia, com seus axés e forrós no último volume que viajam pelo curso d'água tirando o sono de quem está na outra margem.


Na tranquila Petrolina, movimento à beira do Velho Chico, só do pessoal fazendo suas corridas e caminhadas. Ao contrário da vizinha, a pernambucana tem uma orla dominada por prédios altos e modernos, onde até há alguns quiosques, mas bem comportados. Adentrando, as diferenças continuam: as avenidas são largas e as construções, em sua maioria, recentes. Fica lá também o aeroporto, que é uma das principais portas de entrada da região. Petrolina é realmente mais nova que Juazeiro, mas nem tanto assim: foi fundada em 1870, enquanto a outra teve início em 1806.

Barcas utilizadas na travessia entre as duas cidades
A ligação entre as duas cidades é feita pelas barquinhas que vão e voltam o dia inteiro pelo São Francisco, e pela Ponte Presidente Dutra, desde 2002 em processo de duplicação, mas até hoje só duplicada na metade pernambucana.


De Juazeiro, é impossível partir sem passar numa das feiras livres ou na própria Ceasa, uma das maiores do país. A variedade de frutas é impressionante, assim como o sabor, dulcíssimo. E de quebra ainda se vêem particularidades da região como as barraquinhas que vendem uma das carnes mais apreciadas do sertão, a de bode.


Bodódromo - Complexo de Restaurantes Regionais
O caprino é tão badalado em Petrolina que ganhou um complexo de restaurantes próprio, o Bodódromo. Mas, ao contrário do que o nome indica, a carne mais pedida nos cerca de dez restaurantes do complexo - que servem de tudo, aliás, incluindo peixes e carne de sol - é, na realidade, a de carneiro.


Estatueta em homenagem ao Bode, localizada no Bodódromo
Apesar de não terem uma grande infraestrutura turística - a categoria máxima dos hotéis é três estrelas - as cidades oferecem uma gastronomia que não faz nada feio. Mais que o bodódromo, Petrolina tem recantos como o Carranca Gulosa, restaurante de pé-direito alto, sem paredes e cheios de detalhezinhos bem bolados, onde se come uma bela moqueca, de cara para o São Francisco, além do clássico Maria do Peixe. Juazeiro contra-ataca com o Armazém Caffé, restaurante enorme de cardápio bacana que peca apenas pelo som um tanto alto (pecado comum na cidade, aliás), e casas curiosas como o Romeo & Juliet, italiano.


As carrancas, aquelas caras feias colocadas na frente das embarcações, são o símbolo máximo do artesanato local, e sua maior expressão está no trabalho de Ana das Carrancas, artesã falecida no ano passado cujas obras estão reunidas em um centro com seu nome. Mas há outros tipos de trabalho, como o do Centro de Treinamento capitaneado pela Associação Intermunicipal dos Garimpeiros do Médio São Francisco, que ensina lapidação e criação de adornos minerais a jovens carentes.


Palhoças da Ilha do Rodeadouro
Outra boa pedida é conhecer as ilhas do São Francisco, como a  Ilha do Rodeadouro que é considerada a mais famosa e fica localizada parte em Petrolina e parte em Juazeiro. Sua praia é formada por areias finas e douradas, havendo grande concentração de palhoças em que funcionam bares e pequenos restaurantes. Dispõe de energia elétrica, telefone, áreas para banho e travessia de barco.


Ciúmes a parte, o fato é que não dá para gostar de Petrolina sem adorar Juazeiro, ou vice-versa. As duas são tão ligadas que fica até difícil responder quando alguém pergunta qual foi o destino da sua viagem.


Fonte: Com informações de O Globo e Brandão Turismo

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