27/02/2011

E sai um novo iPhone

Em um único dia, disse a Apple, as encomendas de pré-venda do iPhone 4, nova versão do mais popular celular do mundo, já chegaram a 600 mil. O número é exorbitante, não dá para negar, ainda mais em se tratando de um aparelho lançado pouco tempo depois do antecessor, o iPhone 3Gs. Quer dizer, o que é tempo demais ou tempo de menos neste mercado tão maluco? Exatamente um ano atrás o mundo babava pelo iPhone 3GS, que trazia como diferenciais, em relação ao seu antecessor (iPhone 3G), uma maior velocidade, uma câmera com melhor resolução (3 megapixels, mas ainda fraquinha) e uma simpática bússola, que a princípio pode ser usada para localização pessoal, mas que no final das contas acaba se tornando um belo enfeite no desktop do aparelho.

O novo dispositivo da Apple ainda nem chegou às lojas (não enquanto escrevo esta coluna), o que se dará apenas em alguns poucos países, por preços a partir de US$ 199 (16GB), mas os aficionados pela Apple simplesmente não querem esperar. Os motivos de tanto desespero? O iPhone geração 4 tem tudo para seduzir até àqueles que estão plenamente satisfeitos com os seus iPhone 3Gs (caso desta colunista que vos escreve). Para começo de conversa, o iPhone 4 é 24% mais fino que o 3Gs, cujo tamanho nada tem de incômodo.

A nova versão também traz todos os remendos que se faziam necessários desde o lançamento da primeira versão do iPhone: agora, o celular da Apple tem câmera de vídeo, câmera de foto frontal para videoconferência – a câmera frontal permitirá chamadas em vídeo, por meio de um aplicativo batizado de FaceTime – e só para dar um charme a mais, o aparelho, que vem nas cores preto e branco como seus antecessores, virá revestido de vidro na parte frontal e na traseira. A câmera de foto pula dos três megapixels de hoje para cinco megapixels, um salto grande, mas se há qualidade só vai dar para dizer depois dos testes. A gravação de vídeo, diz a Apple, é em alta resolução, com 720 linhas progressivas capturadas em 30 quadros por segundo.

A tela do novo produto usa uma tecnologia chamada “Retina Display”, que terá resolução de 326 pixels por polegada, contra 163 pixels das telas usadas pelos três modelos anteriores – iPhone primeira geração, iPhone 3G e iPhone 3GS. O tamanho do display, no entanto, permanece igual. Outra novidade é que o aparelho traz como software para buscas, além do Google, o Bing, da Microsoft.

Parece que houve uma boa melhoria na bateria: diz a Apple que o iPhone 4 tem autonomia de energia 40% superior à geração anterior – o iPhone 3Gs, para quem conhece, tem bateria muito fraca, principalmente considerando-se o uso para acesso à internet e redes sociais como Facebook e Twitter, dentre outras. Por isso, aí vão algumas dicas para economizar energia: vale à pena manter desabilitadas as funções de localização, Bluetooth e push (para e-mail, redes sociais e aplicativos). A boa notícia é que a coisa melhora na quarta versão: a duração da bateria do iPhone 4 é de até sete horas de conversa ininterrupta, contra cinco horas da antiga geração do aparelho.


Cá entre nós: alguém ainda duvidava que o iPhone 4 seria um grande sucesso, mesmo com o lançamento do iPad (do qual já falamos aqui)? Pois a quarta geração do iPhone também é uma espécie de leitor de livros digitais, já que traz uma função de “library”. Ou seja, parece que com o novo iPhone e o novo iPhone OS 4 a Apple enfim lançou um aparelho “quase” completo. Quase porque o Bluetooth full e o rádio, dentre outras aplicações, foram deixados de lado. De novo. Não dava mesmo para ser perfeito, não é?

Novidades do iPhone 4 que podem dar o que falar:

Videoconferência: sim, é uma função que muitos outros smartphones já ofereciam há tempos e que demorou um bocado a chegar ao iPhone. O diferencial? O novo iPhone traz uma câmera frontal capaz de fazer chamadas de vídeo via Wi-Fi através de um serviço chamado Face Time. Por ser via Wi-Fi, as chamadas são gratuitas – não usam os planos de dados das operadoras, um alívio e tanto e uma notícia que pode fazer com que a videochamada, um serviço ainda muito caro, enfim decole. Além disso, quem viu a apresentação do aparelho feita pelo mago Steve Jobs percebeu que há um diferencial que vai além da câmera e chega ao software – você pode ver a pessoa e você mesmo na incrível tela.

Câmera para captura de vídeo: a nova geração do iPhone é capaz de filmar em alta definição (HD) e fazer edição de vídeos dentro do próprio aparelho, por meio do aplicativo iMovie.

Elis Monteiro* é repórter e colunista do caderno Info etc do Jornal O Globo, foi repórter especial do caderno Informática do Jornal do Brasil, onde participou da equipe responsável pela criação do caderno Internet.

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