Quero olhar pro céu sem que minhas lágrimas reflitam um arco-íris de desesperança, quero abraços, beijos, madrugadas e frio. Quero olhar pro meu futuro já pré-fabricado e ter esperança que os dias quentes e as noites do interior vão lavar a minha alma e levar embora esse pó que se acumula sobre as minhas esperanças. Quero menos apatia, menos recalque, menos imagens, menos fraquezas. Quero mais bom-humor, mais novela das 7, quero mais boa companhia. Quero esse tão sonhando recomeço que a gente promete concretizar todo início de ano e que acaba não passando de um rabisco num papel. E falando em papel: quero mais cartas de amor, quero mais delírios de amor, quero mais amor. Quero liberdade, mas também quero ter de quem sentir saudade, ter pra onde voltar, ter onde descansar minha solidão e deitar num ombro aconchegante quando a cabeça ou o coração pesar. Quero que as enchentes acabem, que a tristeza acabe, que o orgulho e as brigas por palavras não ditas façam parte apenas do passado. Quero que o meu querer nunca acabe, que ao menos ele possa ser o meu abrigo em dias de fuga. Quando o dia está nublado e do corredor só se ouvem gritos, queira. Queira com toda a sinceridade que tudo fique bem. Porque de algum jeito, tem que ficar.
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