Um dia, a fotógrafa Paola Vianna, de 28 anos, percebeu que as folhas da pequena árvore que tem plantada em um vaso de sua casa começaram a cair. Além disso, elas estavam amarelas. No entanto, seu caule ainda resistia.
No instinto, ela colocou a “arvorezinha”, como a chama, fora de casa para tomar sol. A planta começou a se revitalizar, mostrando suas primeiras folhas sadias. Se não fosse o cachorro da fotógrafa, que as comeu, a recuperação teria sido mais rápida. “Mas ela cresceu de novo mais forte”, conta.
Mesmo sem saber, Paola acertou. Segundo a paisagista Neide Braga, três fatores são fundamentais para a sobrevivência da planta: água, luz e nutrientes. O processo de definhamento ocorre justamente a partir da falta de uma dessas condições.
“Quando as folhas começam a cair é sinal de que a planta ficou mais fraca. Não quer dizer que ela morreu”, afirma Neide. “É como uma criança desnutrida. A planta tem as mesmas características. Fica sem força, energia. Mas quando ela é alimentada, volta a ficar forte”, diz a paisagista, que cria projetos de jardins encomendados por condomínios e empresas.
Tirando dúvidas na compra
Para evitar problemas, Neide sugere que as dúvidas sejam esclarecidas logo ao comprar a planta. “A pessoa precisa obter todas as informações sobre a espécie com o vendedor”. As perguntas fundamentais são sobre o tipo de iluminação que o vegetal precisa e o intervalo entre uma rega e outra. Este, aliás, é um ponto básico. “A rega é imprescindível”, afirma a paisagista.
Por cada espécie ter características específicas, é difícil apontar uma forma generalizada de manejo. Mas algumas ações, como adubar a planta a cada dois meses, são de uso costumeiro. Aliás, foi adubando a sua planta que a dona de casa Claudete Rachid, de 55 anos, pôde recuperá-la.
Há dez anos, ela percebeu que sua begônia estava murcha e todas as suas folhas haviam caído. Seguindo a sugestão de sua mãe, Claudete colocou mais terra e água na planta. Aos poucos, ela foi se revitalizando. A begônia está viva até hoje e já completou 22 anos. “Ela dura muito”, comentou a dona de casa.
Mas para quem prefere ter menos responsabilidades na manutenção de sua planta, a paisagista Neide Braga sugere os cactos. “Eles não requerem muita água – é só regar o básico, duas vezes por semana -, mas precisa de sol e de nutrientes também”.
A paisagista alerta que nem toda folha caída representa definhamento. “Algumas plantas têm a queda das folhas caducas em outubro, por exemplo. E quando elas estão vermelhas significa que se encontram em período de dormência, não que estão morrendo”. O que merece preocupação é, principalmente, a folha verde murcha e caída.
Planta cresce saudável seguindo cinco itens
Para o bom desenvolvimento da planta, o engenheiro agrônomo Luís Cláudio Negrini, da Arte Ambiental Paisagismo, cita cinco pontos que se deve prestar atenção. Primeiramente, ela não pode ser plantada muito fundo, pois isso ocasiona o apodrecimento do caule. O importante é colocá-la de forma que sua estrutura não tombe e tenha espaço para o desenvolvimento de suas raízes.
O segundo ponto depende das informações obtidas no momento da compra da planta. Ele é sobre as necessidades do vegetal e a escolha de um local que possa suprí-las. “Plantas com características de sombra devem ser plantadas na sombra. As de sol, no sol, e as de meia-sombra em um local que receba incidência solar em uma quantidade moderada”.
A fertilidade da área em que o vegetal foi plantado representa o terceiro item. “O solo deve ter características de boa aeração - passagem do ar - e drenagem - passagem da água”, conta Negrini. Ele também aponta que cada espécie possui suas necessidades, o que deve ser verificado no momento da compra. “Algumas culturas se desenvolvem bem em condição salina, outras em situação de pH alcalino e outras em pH ácido”.
O quarto procedimento é o tratamento que a planta deverá receber. “É necessário realizar a adubação sempre que necessário. Além disso, a planta precisa ter podas e irrigação correta”.
“E não menos importante é a escolha do recipiente que receberá a planta”, diz o engenheiro agrônomo sobre o quinto ponto. A escolha de vaso, jardim ou floreira, por exemplo, depende do tipo de espécie que se pretende cultivar, em função de suas características de tamanho e profundidade.
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