16/04/2011

Avaliação do sedã médio Toyota Corolla 2012

Frente do Corolla ficou mais jovial e agressiva (Divulgação)

Diz a sabedoria popular que o mais difícil não é chegar ao topo, mas manter-se lá... Essa é a tarefa do Toyota Corolla 2012, lançado nesta terça-feira (22), em Atibaia, interior de São Paulo. Os preços variam de R$ 63,57 mil (XLi 1.8 manual) a R$ 86,57 mil (Altis).
Líder absoluto de mercado entre os sedãs médios brasileiros, o modelo recebeu algumas melhorias para enfrentar a nova concorrência, leia-se: Honda New Civic, Renault Fluence, Peugeot 408, Volkswagen Jetta, entre outros.

As principais novidades são a reestilização frontal e traseira, o motor 1.8 Dual VVTi de 144 cv (8 cv mais potente que o anterior) e o câmbio manual de seis marchas – para as versões de entrada XLi e intermediária GLi (ambas com opcional de transmissão automática). Há ainda algumas firulas de acabamento.
Mas vamos ao que realmente importa. As mudanças na dianteira fizeram bem ao Corolla, que ficou com um ar mais agressivo e jovial. A traseira, porém... A lanterna translúcida e com um recorte inferior na parte do porta-malas ficou bem estranha. Não gostei.

Lanterna translúcida divide opiniões (Divulgação)

Já as modificações mecânicas deixaram o sedã ainda melhor. O motor 1.8 mostrou ótimo fôlego nas arrancadas e retomadas e o câmbio manual de seis marchas é um show à parte: tem engates precisos e curso da alavanca na medida certa.
No mais, o Corolla permanece o mesmo automóvel racional que o levou à liderança tranquila no mercado nacional. É um carro pensado, projetado e construído para ser funcional ao extremo. Nada chama muito a atenção, nem para o bem, nem para o mal.
O segredo do sucesso desse modelo da Toyota está no resultado final do conjunto. O Corolla tem um bom motor (não o melhor), tem um bom acabamento (não o melhor), tem uma boa suspensão (não a melhor), tem um bom desempenho (não o melhor). Mas juntando-se todas essas partes boas, o Corolla tem um ótimo conjunto – isso se não for o melhor!



NOTAS (0 a 10)
Design (7) – Não é um primor de beleza, mas cumpre bem o seu papel. A dianteira melhorou, mas a traseira piorou. Está na média.
Conforto (7,5) – A praticidade nipônica impede exageros de acabamento, mas dentro da racionalidade cuida bem dos ocupantes.
Comportamento (8) – O ajuste da suspensão transmite muito conforto no uso diário, principalmente em ruas esburacadas. E o melhor, não é macia demais na estrada.
Motor e câmbio (8) – O ponto alto do Corolla é e sempre foi o conjunto motriz bem equilibrado entre desempenho e consumo. Com o novo motor 1.8 de 144 cv, além do câmbio manual de seis marchas, isso ficou ainda mais evidente. Só não leva nota maior porque o câmbio automático, apesar de bom, permanece com apenas quatro marchas.
Segurança (7,5) – Tem os equipamentos condizentes com o segmento dos sedãs médios.
Preço (7) – Os R$ 23 mil de diferença entre a versão de entrada e a topo de linha tornam o modelo democrático para várias faixas do mercado. É um dos mais caros, mas a liderança na preferência do consumidor tem o seu preço.
MÉDIA FINAL (7,5)
 
OPINIÃO: A Toyota pouco mexeu no Corolla 2012 e fez bem. O modelo lidera o segmento, tem qualidades de sobra e, principalmente, confiabilidade para se manter onde está. A campanha publicitária estrelada por Wagner Moura e Selton Mello só reforça essa imagem vencedora. Mas, se a montadora está sonhando e angariar um público mais jovem com ela, acho que está sonhando alto demais. O Corolla é carro de tiozão assumido e bem resolvido. Para os mais jovens, a Toyota terá de apressar o lançamento do Corolla hatch. Só há um probleminha: as palavras Toyota e apressar se misturam tanto quanto água e óleo.

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