14/04/2011

Brasil poderá ter tablet de 500 reais

O ministro das comunicações, Paulo Bernardo, vem dizendo, em algumas entrevistas, que o governo gostaria de ver um tablet com preço de até 500 reais no país. Seria uma ferramenta importante para a inclusão digital e para o ensino. O tablet de 500 reais é possível, mas não será um iPad. Com incentivos fiscais adequados, um modelo simples com o sistema Android pode chegar às lojas por esse preço. Resta saber se as limitações desse tablet popular não seriam uma fonte de frustrações para o consumidor.

O projeto do tablet de 500 reais depende de incentivos fiscais. Os aparelhos montados no Brasil deverão ter isenção de PIS e Cofins, dois encargos que, juntos, acrescentam 9,25% ao preço do produto. Além disso, é provável que recebam o mesmo tratamento tributário dado aos computadores. Nesse caso, o fabricante terá redução no IPI em troca do uso de componentes nacionais e da montagem local. Incentivos estaduais podem aliviar o ICMS; e os municípios podem fazer sua parte dando isenções de impostos sobre imóveis industriais.

Dependendo de quais incentivos se incluam na conta, chega-se a uma redução de custo entre 30% e 40%. Um cálculo divulgado por órgãos do governo aponta para um decréscimo de 31%. Naturalmente, o fabricante pode repassar a redução para o preço final ou aumentar sua margem de lucro. Mas a concorrência deve beneficiar o consumidor, forçando os preços para baixo.

Resta saber que tipo de tablet pode ser fabricado por 500 reais. Não será um iPad e nem um dos tablets com Android da geração mais recente. Esses tablets têm preço similar ao do iPad, que virou referência para os fabricantes. No mercado americano, onde esses aparelhos são mais baratos, as versões mais simples custam por volta de 500 dólares, quase 800 reais.

Xing ling

É preciso, então, olhar para a Ásia para encontrar um tablet de 500 reais. Há aparelhos chineses sem marca conhecida que são vendidos em lojas na web por preços que começam em pouco mais de 100 dólares. Os mais baratos – como o da foto acima, que imita o iPad na tela – têm tela de 7 polegadas, usam tecnologia ultrapassada e são pobres em recursos, além de ter qualidade construtiva questionável.

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