Embora a imprensa prefira quase sempre o caminho do alarmismo e do “escândalo”, os fatos são maiores e, quando a gente consegue observá-los com uma visão mais ampla, sente imensa alegria em ver este país de tornar um lugar diferente e próspero.
Claro que ainda estamos cheios de problema, e casa solução que surge gera, por sua vez, uma série de outras questões a resolver.
Mas olhem que barato as matérias que saíram, sem chamada de capa, na Folha de hoje.
A primeira – que certamente provocará a ira de alguns elitistas e até a incompreensão de algumas pessoas – é que o programa “Minha Casa, Minha Vida contempla até cobertura dúplex”. Quando se lê a matéria – restrita a assinantes, até agora – se vê que não tem luxo exagerado algum, pois se trata de apartamentos de 60 metros quadrados, mas imóveis mais bem acabados e equipados, ao alcance de famílias com renda até mesmo inferior a cinco salários mínimos.
Um destes equipamentos, segundo a matéria mais procurados no Nordeste e no Rio, são as piscinas de condomínio. E o que tem de mais em ter piscina? Ou é só “pr quem pode”?
Acabei me lembrando de uma campanha que fez O Globo contra meu avô, quando Brizola resolveu equipar com piscina algumas dezenas de Cieps. Remoendo-se d ódio elitista, inventou uma história de superfaturamento nas piscinas, publicando um preço irreal, que não correspondia ao efetivamente pago.
A empresa construtora divulgou uma nota com os preços efetivamente cobrados, que era os normais da construção deste equipamento. Brizola pegiu a nota e publicou um anúncio nos jornais.
O título: “Fabricante de piscinas desmente fabricante de notícias”.
Lembranças à parte, na mesma página da Folha há outro fato que, igual, amacia o coração da gente. É que a escassez de mão de obra provocada pelo ritmo acelerado da indústria da construção civil está levando as empreiteiras a recrutar pessoal nos albergues. Sei que nestas histórias, infelizmente, surge gente inescrupulosa que se aproveita – e é preciso uma fiscalização do Ministério do Trabalho nisso - mas é muito bom ver que pessoas que estavam excluídas totalmente, como o Jaílson aí da foto, possam ter um trabalho decente, com carteira assinada, direitos e reconhecimento social.
Aí está como se combate a exclusão: com uma economia que dê trabalho, com um Estado que ampare os trabalhadores, com educação, com dignidade.
E , para ódio dos eleitistas, tomara que daqui a alguns anos o Jaílson do albergue possa estar morando num dos apartamentos que hoje trabalha para construir.
Como uma casa, também um país se constrói para que as pessoas, nele, possam viver bem e felizes.
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