Dores na coluna? Dificuldades para levantar do sofá? Não, isso não é um “privilégio” dos mais velhos. Dores lombares são cada vez mais comuns entre adolescentes e a solução disso passa por novas atitudes.
“O aumento destes problemas está intimamente ligado com a mudança na rotina dos adolescentes”, explica Vinícius Paciulo, fisioterapeuta do Instituto RV, especializado em tratamento de coluna. Ele conta que o fato de passar muitas horas sentado é prejudicial. “Com videogame e computador como principais fontes de entretenimento, a má postura acaba sendo uma conseqüência. Recebo cada vez mais pacientes jovens com este tipo de reclamação”.
Mesmo assim, tem como amenizar um pouco os efeitos que a acomodação provocada pela tecnologia pode causar. Uma primeira medida seria trocar o sofá por uma cadeira. “Como diz um médico, amigo meu, o sofá foi feito para enfeitar a sala”, brinca o fisioterapeuta antes de completar: “em termos de estabilidade da coluna, o sofá não é nada bom”.
Sentar direito também é essencial. “Tem que sempre estar com os pés apoiados no chão e manter joelhos, quadril e ombros alinhados”, ensina Paciulo. Se o encosto for muito acolchoado, uma opção é fazer um rolo com uma toalha e colocar na região lombar.
Vale ressaltar que a questão genética tem também bastante importância no desenvolvimento ou não deste tipo de desconforto. “Se a pessoa tem pai ou mãe com problemas do tipo, a chance do jovem desenvolver isso na fase adulta aumenta sete vezes”, esclarece o fisioterapeuta. Outro aspecto é a obesidade infantil: “jovens obesos tendem a exigir mais do corpo e da musculatura.”
Vinicius Paciulo vê também como essencial a prática de exercícios. Esportes coletivos e natação são sempre recomendados, mas se já existe uma alteração na postura, uma boa forma de corrigir isso é com pilates. “É um tratamento bastante dinâmico e, além de corrigir a postura, pode ser um aliado para atingir uma estética mais saudável e melhorar o condicionamento físico”.
Já o Dr. Luiz Carlos Lopes, médico da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), está especialmente preocupado com a situação nos colégios. “As crianças e adolescentes levam muito peso na mochila para a escola”.
Uma pesquisa realizada no final de 2010 pela SBOT, com estudantes entre 9 e 12 anos, constatou que 77% dos entrevistados se queixavam de dores nas costas e 30% apresentavam situações graves. “Uma boa solução seria que as escolas disponibilizassem armários para que os estudantes pudessem deixar os livros mais pesados na escola, só transportando-os quando necessário”, propõe Lopes.
O médico explica que a preocupação não é tanto momentânea, mas sim pensando no futuro da pessoa. “É claro que os problemas não aparecem da noite para o dia. É um acúmulo de más práticas que eventualmente geram dor e desconforto”.
A mochila ideal deve ter duas alças acolchoadas e com espessura de, aproximadamente, quatro centímetros. Uma tira na altura da cintura - como aquelas usadas nas grandes mochilas de viajantes - também é recomendado
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