A Kawasaki apresentou, em 6 de abril, seu grande lançamento para o mercado brasileiro de duas rodas: a nova ZX-10R. Totalmente reformulado, o modelo 2011 da superesportiva Ninja chega agora em abril e está equipada com controle de tração, novo design e um preço sugerido de R$ 59.990, ainda importado. A multinacional japonesa anunciou que no segundo semestre a ZX-10R será nacionalizada, mas terá o mesmo preço sugerido.
A marca “verde” começou suas atividades no País em outubro de 2008. Nesses quase três anos no mercado, a Kawasaki lançou vários modelos: Ninja 650R, Ninja 250R, Z1000, Versys, Z750 e ER-6n; e já conta com 45 concessionárias em território nacional.
Entretanto, foi na pista do Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em Piracicaba (SP), que a marca fez a apresentação de sua principal estrela: a Ninja ZX-10R 2011. Comparada à sua antecessora, a superesportiva da Casa de Akashi está totalmente diferente. Novo motor, novas tecnologias e a mesma alma guerreira que transformou a linha Ninja em um ícone motociclístico.
A importância da chegada da nova ZX-10R foi tamanha, que a Kawasaki convocou a imprensa especializada para a apresentação da moto em seu habitat natural: um autódromo. E, depois de toda a parte teórica e algumas “voltinhas” na pista, o que ficou claro foi o esforço feito pelos engenheiros para produzir uma moto leve, com características racing e que, ao mesmo tempo, pudesse ser domada pelos recursos tecnológicos.
Propulsor de 201 cv
O nome Ninja sempre foi associado a motos superesportivas. Isso se deve pela capacidade cúbica de seus motores e também por suas características de superbike. A nova ZX-10R chega para continuar essa história, oferecendo mais adrenalina e controle.
O novo propulsor que alimenta o modelo 2011 — 998 cm³ de capacidade, quatro tempos, refrigeração líquida, quatro cilindros em linha — traz agora 201 cv de potência a 13.000 rpm com um torque máximo de 11,4 kgfm a 11.500 rpm. Pesando 198 kg, esta motocicleta tem uma relação peso/potência acima de um cavalo para cada quilo, o que é surpreendente.
“Tudo foi pensado para fazer uma moto mais leve. Neste novo projeto conseguimos reduzir em 10 kg o peso da moto”, explica André Yamamoto, gerente de pós-venda da Kawasaki, durante a apresentação oficial do modelo em Piracicaba.
Mas não é só o motor que chama a atenção. O quadro recebeu viga dupla de alumínio, o que permite maior rigidez e, neste caso, não tirou a agilidade da moto. A suspensão também foi retrabalhada. Comparada com a versão anterior da ZX-10R, a nova suspensão dianteira BPF apresenta um tubo de quase o dobro do tamanho (39,6 mm diâmetro contra 20 mm de diâmetro na Ninja ZX-10R 2010). Assim, o óleo lubrificante age dentro de um perímetro bem maior, o que oferece menor pressão interna.
Já o conjunto traseiro, que posiciona o amortecedor e link sobre a balança – foi remodelado para o aumento da rigidez – oferecendo assim, alguns benefícios: maior aderência (grip), ação da suspensão ainda mais suave, maior agilidade em curvas e, maior centralização de massa.
Controle de tração e Power Mode
O grande diferencial da nova Ninja ZX-10R é o novo controle de tração esportivo Kawasaki, chamado de S-KTRC. O sistema dispõe de três modos de uso: esportivo, esporte-urbano e uso em piso molhado. Todavia, o piloto pode escolher o grau de atuação em cada modo — esportivo, menos tecnologia, e em piso molhado mais presença do S-KTRC.
Este novo equipamento monitora as condições de aceleração e rotação das rodas e controla as rotações do motor, evitando que se perca contato com solo ou que forneça uma potência maior do que o pretendido em momentos que o sistema julgue crítico.
Ainda no quesito tecnologia embarcada, a Kawasaki equipou a ZX-10R 2011 com o Power Mode (modo de potência). Composto por três opções de seleção: Full, Middle e Low, o dispositivo permite que o condutor selecione a entrega de potência de acordo com sua preferência e condição.
Selecionando o Full, o piloto terá toda a entrega de potência em suas mãos. No Middle, são 75% da cavalaria. E o modo Low libera ‘apenas’ 60% de toda a capacidade do motor.
Tanto o controle de tração, como o Power Mode são acionados no mesmo botão (Power). Para ativar o S-KTRC pressiona-se o botão para baixo e se houver intenção for selecionar o gerenciamento do motor, segure o botão para cima. No modelo comercializado no Brasil só faltou o sistema de freios ABS, dispositivo de segurança que equipa a ZX-10 no exterior.
Mercado
Em duas opções de cores – a tradicional verde e a preta –, a nova Ninja ZX-10R chega ao mercado ainda este mês com preço sugerido de R$ 59.990. No segundo semestre a ZX-10R passará a ser montada na fábrica da Kawasaki em Manaus (AM) por meio do processo CKD (Complete Knock Down). Apesar da nacionalização, segundo a filial brasileira, não haverá alteração no preço. Honda CBR 1000RR, Suzuki GSXR-1000, Yamaha R1 e BMW S 1000 RR são sua principais concorrentes no segmento de superesportivas de alto desempenho. Os preços de suas principais rivais variam entre R$ 58.000 (CBR 1000RR) e R$ 65.000 (S 1000 RR). Ou seja, o valor desta superbike japonesa é bastante competitivo.
As projeções de vendas para a família Ninja são ambiciosas. “Pretendemos comercializar 600 motocicletas por ano, pois a linha Ninja já tem seu público definido”, Affonso Di Martino, gerente comercial da Kawasaki.
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