O Tremendão começou o Baiano deste ano com o pé direito. Foi campeão do Torneio Início e fez ótima campanha na primeira fase. Venceu seis jogos, empatou cinco e perdeu só um. Foi o único que ficou invicto até o oitavo jogo. Nas quartas de final, das seis partidas, o Bahia de Feira venceu quatro e perdeu duas. Em todo o campeonato, foram apenas três derrotas, seis empates e 12 triunfos, incluindo a grande final, que deu o título inédito ao time de Feira.
Quando se fala em campanha, o Bahia de Feira só fica mesmo atrás do Vitória, portanto, ninguém poderia estar mais perto para atropelar o Leão. Se o Bahia de Feira ainda não tinha perdido nenhuma partida em casa, também não havia vencido nenhum jogo na capital. Não poderia ter escolhido hora melhor para vencer.
Números à parte, é preciso destacar um nome: o do técnico Arnaldo Lira. De 2009, quando subiu para a elite do Campeonato Baiano, até a taça, o Bahia de Feira conseguiu chegar às semifinais já em 2010 e superou o feito este ano. Para realizar a bela campanha, foi fundamental a permanência de Lira, desde o início desse projeto à frente do time. Se o técnico já costumava gritar durante as partidas, ganhou um belo motivo para ficar sem voz.
O jogo
O primeiro grande lance da partida foi aos 8 minutos. Em saída rápida, o lateral Leo saiu driblando e tocou avançado para Nikão. Após tirar o zagueiro da jogada, ele chutou cruzado. Apesar da bola não ter levado perigo, a jogada animou a torcida presente no Barradão.
Mesmo com a vantagem de jogar em casa e de poder empatar - que ainda assim lhe garantiria o título - o Vitória não conseguia dominar a partida e deixava espaço para o Bahia de Feira criar boas jogadas. O Leão começou a buscar o rápido contra-ataque para tentar abrir o placar.
A marcação de uma falta que parou um desses contra-ataques do time rubro-negro deu início ao lance do primeiro gol da partida. Aos 15 minutos, Geovanni cobrou falta e colocou dentro da rede. O goleiro Jair ficou paralisado. Para quem já tinha a vantagem do empate, abrir o placar deu ao Leão uma tranquilidade fundamental em dia de decisão.
Mas apesar do gol, o Vitória tinha dificuldades para criar. A falta de jogo do rubro-negro abriu espaço para que o Bahia de Feira se soltasse mais no jogo.
Frente a frente com Jair, aos 43 minutos, Elkeson arrancou com a bola pela lateral esquerda após o escorregão do jogador do Bahia de Feira, mas chutou muito mal. Dois minutos depois, o Bahia de Feira deu o troco e chegou ao empate. Após uma falha na bola aérea em cobrança de escanteio, Allyson sobe mais que a zaga e manda pra rede. O empate seguido de um erro de ataque deixou a torcida rubro-negra com raiva. Os jogadores foram para o vestiário sob vaias.
Apesar de ter cedido o empate no último minuto do 1º tempo, o Vitória parecia ter levado a sério a bronca recebida no intervalo. No início do 2º tempo, só deu ataque rubro-negro. Nikão e Elkeson coordenavam os ataques. Mas depois dos cinco minutos iniciais o time rubro-negro voltou a virar espectador do Bahia de Feira, como no 1º tempo. A torcida não perdoou. Nikão foi substituído aos 14 minutos e deixou o campo vaiado.
O jogo seguia como uma espécie de replay do primeiro turno. Até que aos 21 minutos, o Bahia de Feira virou o placar. João Neto sozinho pela esquerda, avançou na área e chutou forte pra rede. Viáfara ainda tocou na bola, mas não conseguiu impedir o gol da virada. O Vitória teve uma chance de empate um minuto depois, mas não aproveitou.
O Vitória era apático diante do avanço do Bahia de Feira. O 2º tempo ainda teve uma jogada perigosa na área do Bahia de Feira. Em cruzamento na área, Rildo lança para Neto Baiano que é empurrado na área. O juiz chegou a marcar o pênalti, mas, alertado pelo assistente do impedimento do jogador rubro-negro, cancelou a penalidade.
O escanteio para o Vitória aos 41 minutos foi a imagem do desespero rubro-negro. Todo o time na área para uma jogada completamente desarmada pela zaga do Bahia de Feira. A essa altura a torcida do Vitória já abandonava o estádio. Esse definitivamente não é o ano do Leão.
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