15/05/2011

Feirão da Caixa marca a vez da nova classe média

“Quem casa quer casa”. O chavão, usado pela universitária Sayanna França, 24 anos, generaliza o Feirão Caixa da Casa Própria, que em seu segundo dia teve um público bastante homogêneo em São Paulo: jovens casais da nova classe média que procuram sair do aluguel e ter seu próprio imóvel. Há alguns anos, essa quantidade de jovens em busca de apartamentos era inimaginável. Agora, eles são a maioria.

O aumento da renda no Brasil e os programas de subsídios do governo são determinantes para a forte procura por casas e apartamentos. Boa parte dos visitantes está em busca dos imóveis que se enquadram no perfil do programa Minha Casa Minha Vida, que custam até R$ 170 mil e representam 38.210, cerca de 20%, dos 195.320 totais oferecidos na Grande São Paulo.

Aquecido como está, o mercado imobiliário também tem suas desvantagens. “Já estamos procurando apartamento faz quase um ano”, diz o noivo de Sayanna, Ricardo da Silva Ribeiro, de 24 anos, que levou ao Feirão os documentos necessários na esperança de conseguir a carta de crédito. “A data do casamento depende de como vai ficar o aluguel”, completa.

A união de construtoras, imobiliárias, cartórios e Caixa Econômica Federal é um atrativo do evento, que reúne todas as necessidades num só lugar, até o dia 15 de maio. Também procurando apartamentos juntos, Arianne Baliutis, de 22 anos, e Alex Pereira, de 32 anos, ressaltam essa facilidade. “Ficar pingando nos lugares não dá. Aqui está tudo junto”, diz Pereira.

No balanço do primeiro dia de evento, a Caixa registrou mais de 14 mil visitantes e um volume de R$ 205,8 milhões em negócios fechados ou contratados. A estimativa extra-oficial é de que a feira deve movimentar R$ 1,8 bilhão com a venda de 19 mil imóveis, patamar semelhante ao registrado em 2010.

Porém, a oferta também decepciona. A analista de Recursos Humanos Ana Teles, de 29 anos, quer deixar os oito anos de aluguel para trás e comprar sua própria casa, para morar com sua filha. “É bom ter o nosso lugar”, comenta. Mas não deixa de notar que o evento não atende a todas as classes, “como mostra na propaganda”. “Uma pessoa com salário mínimo não consegue pagar as prestações. Se você olhar por esse lado, está bem salgado o preço”.

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