22/06/2011

Nova geração de santistas conhece sofrimento só nas histórias dos pais

Thiago, Rafael, Gabriel, Diego, Luis e Davi não choraram tanto nos últimos anos por causa de frustrações no futebol. Felipe, Gustavo, Sara, Rayane, Vitória e Matheus também não sabem o que é ser zombado na escola por torcedores rivais. Membros de uma geração cheia de títulos, eles não imaginam o que Renato Braz ou André Rodrigues passaram nos anos 80 e 90 com o Santos, que às 21h50m desta quarta-feira disputa a finalíssima da Taça Libertadores com o Peñarol.

- Eles não sofreram como eu sofri. Eu sou do tempo em que as torcidas adversárias contavam os anos em que o Santos estava sem títulos e cantavam “parabéns pra você”. Agora, esta molecada está “cansada” de comemorar títulos. É quase um por ano - conta André, de 37 anos, pai do pequeno Giovanni, nome dado em homenagem ao ex-camisa 10 alvinegro, maior ídolo santista no período dos "anos de chumbo".

De fato, os 25 jovens entre 3 e 15 anos que estiveram na última terça-feira na Vila Belmiro, a pedido do Globoesporte.com, pouco sofreram na torcida pelo Peixe. De 2002 para cá, eles viram as trupes de Robinho e de Neymar levantarem dois títulos do Brasileiro, quatro do Paulista e um da Copa do Brasil. Em vez de ouvirem histórias dos avós sobre os tempos da Libertadores de Pelé e companhia (1962 e 1963), eles podem ser testemunhas da conquista do tricampeonato.

- Na minha classe só eu torço para o Santos. E vou chegar tirando sarro de todo mundo na escola. Tenho certeza de que vamos ser tricampeões - diz o empolgado Gabriel Cavazzano, de 10 anos.

O garoto, como a maioria das crianças que esteve “na casa do Ganso”, como dizia o pequeno Felipe Biasi, de 3 anos, torce para o Peixe por influência dos pais. E os pais, agora mais felizes do que no passado, vibram com a alegria dos filhos com a geração Neymar.

-Meus filhos tiveram sorte. Eu vi o título Paulista de 84 e depois disso foi só sofrimento até 2002. Agora tem mais é que vibrar mesmo - afirma Renato Braz, 47 anos, pai de Luis (13) e Felipe (14).

Sem terem noção do que os santistas mais velhos passaram, os irmãos Sara e Gustavo correm sorridentes pelo gramado da Vila. Com apenas 3 e 2 anos, eles cantam o hino do Santos e se divertem apontando para os peixes que encontram nas paredes do estádio. Vivem um momento de alegria com Neymar e Ganso. E podem ser tricampeões da Libertadores tão jovens.

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