30/08/2011

Bahia Notícias entrevista Colbert Martins

Por João Gabriel Galdea

Bahia Notícias – Começar logo falando sobre a denúncia que levou o senhor a ser detido pela Polícia Federal. As acusações envolvem o nome do senhor em um desvio de verbas do Ministério do Turismo em um convênio com o instituto Ibrase, de 2009. O senhor assinou a liberação da última parcela do convênio no valor de cerca de R$ 4 milhões, não foi isso?

Colbert Martins – Isso. Eu assumi no ministério no dia 15 ou 16 de março, e no dia 12 de abril, menos de um mês depois, recebo a chefe do departamento com o processo, como é normal, com um parecer jurídico, com a nota técnica, atestando que o convênio está em cumprimento. Em razão disso, menos de um mês depois, eu assinei o pagamento.

BN – O senhor sabia o que era o Instituto Brasileiro de Infraestrutura Sustentável (Ibrase)? Como ele atuava?

CM – Era uma empresa de qualificação profissional, como umas cem outras entidades o fazem. E, apesar de ter chegado no ministério havia menos de 30 dias, e fazer uma assinatura dessa, como fiz de outros convênios também, porque todos eles continham a nota técnica e a autorização do setor jurídico constando que estava regular o andamento do convênio. Não existia nenhuma determinação da CGU, nem do Tribunal de Contas da União, nem do Ministério Público Federal, nenhuma determinação judicial de sustar o convênio. Não há isso até hoje no ministério.

BN – O senhor foi acusado, formalmente, de que pela Polícia Federal?

CM – Apenas porque eu assinei essa última parcela. Apenas isso. Eu entendo que não há fato para que eu seja denunciado.

BN – Essa empresa fica no Macapá, capital do Amapá. Ontem [domingo, dia 21] saiu uma reportagem dizendo que o Ministério do Turismo gastou nos últimos dois anos R$ 351 milhões em cidades sem nenhuma vocação turística. Não seria o caso de Macapá? Como o senhor vê essa situação?

CM – Eu acho que existe vocação turística sim. Algo muito semelhante ao que é o Amazonas. Eu vou até mandar pra você, porque o motorista que me levou lá me deu um panfleto muito interessante, mas eu mando uma cópia pra você... Tem sim. Várias cidades têm vocação turística. Quem foi que foi treinado? Pessoas de hotéis, de restaurante, de bares, tá certo? Motoristas de táxi, enfim, o objetivo era esse. Essa empresa apresentou ao Ministério do Turismo um resultado de mil e novecentas pessoas que deviam ser qualificadas, apresentou um resultado de mil e quinhentas pessoas, mais ou menos, das quais quatrocentas presenciais, mais setecentas de cursos à distância e trezentos e poucos que não alcançaram a média mínima. Então, a empresa apresenta um tipo de resultado dos cursos que ela realizou no Amapá.

BN – Feira de Santana é uma cidade com vocação turística? Quais seriam os atrativos de Feira?

CM – Sim. Primeiro é um centro regional importante, muito próximo de Cachoeira. Muito próxima de diversas regiões no nordeste do estado a exemplo de Canudos, e outras. Não é preciso que a cidade seja histórica pra poder ser turística. Feira tem uma vocação de turismo de negócios muito forte. E mais do que isso: estrategicamente e logisticamente, Feira pode estar no centro de uma região na qual ela possa ter irradiações. Feira também tem tradições folclóricas muito importantes. Quixabeira da Matinha, entre outras. Teve uma caminhada do folclore ontem com mais de 10 mil pessoas na rua. Eu acho que Feira tem área de voo livre... Confira a entrevista na íntegra, AQUI! 

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