Chefe do corpo médico que mais faz transplantes de fígado no país quer ex-jogador em sua equipe
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Dois dias depois de brincar com a própria situação e afirmar que estava internado em um hospital só para arrumar emprego, Sócrates de fato arrumou um.
Foi convidado pelo doutor Ben-Hur Ferraz Neto para compor a equipe de transplante de fígado do Hospital Israelita Albert Einstein.
Sócrates, internado há uma semana por conta de uma hemorragia digestiva, reage bem e pode ter alta neste final de semana.
Ele mesmo levantou o assunto transplante em entrevista à TV Globo. “Estão falando em transplante. Não tenho nada contra transplante, transplante cardíaco, de pâncreas, pulmão, de rim. Só que tenho que estar na lista, se eu não estiver na lista eu não furo fila. Eu não estou nesta lista.”
Sócrates dividiu a faculdade de medicina com seu ínicio de futebol profissional em Ribeirão Preto, São Paulo.
Formou-se na USP, mas deixou a medicina e o Botafogo de lado para defender o Corinthians, de onde se projetaria para a seleção e para a agitada vida política do Brasil no começo dos anos 1980.
Seu primeiro retorno à medicina aconteceu quando a carreira de jogador chegava ao fim, mas não foi firme, embora, por coincidência, tenha ido para Universidade Federal do Rio de Janeiro estudar com o Dr. Henrique Sergio Moraes Coelho, atual presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
O vislumbre de um novo retorno anima Sócrates, que disse estar convencido de que precisa mudar de hábitos em todos os sentidos. Ainda mais quando a tarefa é de uma área “que tem a ver comigo mesmo”, disse o doutor, ontem à tarde, depois de ouvir o convite do colega Ben-Hur, chefe da equipe que mais transplanta fígados no país.
“Vou trabalhar, já comecei a estudar, vou trabalhar com hepato, principalmente na parte política, da divulgação, da informação, da conscientização sobre a importância desta questão”.
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