04/08/2011

Jobim, um agente provocador no Governo

O ministro Nélson Jobim é a prova viva que estatura física e estatura moral não guardam proporção. É evidente para qualquer um que se tornou, hoje, um agente provocador incrustrado dentro do governo.

Toda semana, aponta o chafariz de sua vaidade na direção na direção de alguém, a quem tenta constranger. Agora, em entrevista à revista Piauí, segundo a Folha, foram as ministras Ideli Salvati – “muito fraquinha” – e Gleisi Hoffmann – “nem conhece Brasilia” – que receberam os respingos da grosseria de Jobim, que parece ter perdido nos tempos em que era gaúcho a fidalguia que é tão cara àquele povo.

Mas está evidente que se o Sr. Jobim é tudo o que sabemos e já se disse dele, há algo mais importante: tornou-se deliberadamente um sabotador dentro do Governo, está testando e provocando a autoridade de sua chefe, a Presidenta Dilma Roussef e, sobretudo, passou a ser um homem de comportamento absolutamente incompatível com a chefia do Ministério da Defesa e a coordenação de nossas Forças Armadas.

Explico: pode ser um padrão moral para os chefes militares ter um Ministro da Defesa que se dedica à arte – tosca, em seu caso – da provocação, da insubordinação a seus superiores hierárquicos e da incontinência verbal? O sr. Jobim é de um tempo em que o Direito se servia do latim o suficiente para saber o significado da expressão exempla trahunt, os exemplos arrastam. Para onde arrasta o exemplo de comportamento que o Ministro dá aos chefes militares?

Jobim está, nitidamente, provocando a Presidenta. Embora diga o contrário, quer ser exonerado e construir, assim, uma situação que lhe permita atacar o Governo. Se, como Ministro, já não guarda o silêncio obsequioso que a função de Estado o obriga, como ex-ministro, porém ainda “super-homem” e “resumo” dos três Poderes da República, pretende ser o centro de uma crise política.

A Presidenta sabe disso e deixa assar, o quanto é possível, a batata de de Jobim na fogueira de sua própria vaidade. Mas suspeito que a “fraquinha” Ideli Salvati e a “desorientada” Gleisi Hoffmann saberão achar a força e o caminho para dar ao senhor Nélson Jobim uma pequena resposta – política, porque a de antigamente, que deixaria a face rubra, agora é politicamente incorreta – merecida, e já.

A outra, bem maior, Dilma dará no tempo certo. E não demora.

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