02/09/2011

Banda mexicana Maná toca no Rock in Rio amparada por trilhas de novela

Alex González, baterista do Maná, não pareceu chateado quando recebeu a notícia de cancelamento do rapper Jay-Z, antes escalado para o mesmo dia do quarteto mexicano no Rock in Rio e substituído pelo grupo Maroon 5.
“Temos mais em comum com eles e com o Coldplay do que com o Jay-Z”, comenta por telefone, de Guadalajara, no México. Única banda que canta em espanhol no Palco Mundo do festival, onde tocam no dia 1º de outubro, o Maná retorna ao Rio amparado por músicas tocadas em novelas da TV Globo.

“Cada vez mais brasileiros nos conhecem”, comemora González. “Soubemos que o Brasil tem as melhores novelas. Lembro que nos disseram que teríamos uma música como tema de um casal de meninas. Foi um momento histórico para nós. É uma promoção imensa. Sei que as novelas são importantes culturalmente. Qualquer forma de chegar às pessoas é válida.”

Ele diz saber que por aqui a carreira do grupo ainda está “em desenvolvimento”. “Queremos ser grandes como somos em outras partes do mundo. Há uma relação maravilhosa entre México e Brasil que vai além do idioma. Há o futebol, a música. Vocês estão mais abertos.”

Longe do Brasil, o Maná foi chamado pela revista americana “Billboard” de “banda de rock em espanhol mais importante do mundo”. “Não vejo quem tenha mais sucesso do que a gente no mercado latino, quando falamos em números”, constata.
Em 22 anos de carreira, o grupo de pop latino vendeu mais de 20 milhões de discos, sendo 600 mil apenas no Brasil. “Trabalhos duro para ter a grandeza das bandas que admirávamos como Beatles, Police, U2, Clash. Há músicos que tocam melhor do que a gente, que tocam em garagens e ainda não foram descobertos.”

Além de "Labios compartidos", "En el muelle de San Blas" e "Vivir sin aire", o grupo inclui no repertório "Corazon espinado", música cantada em dueto com o guitarrista mexicano Santana. Outro momento esperado do show é o solo de bateria de González, que o rendeu o apelido de "El Animal"."Pareço um animal. Fico louco e quase destruo a bateria."


O disco mais recente, "Drama y luz" (2011), deve ceder músicas como "Lluvia al corazón" e "Amor clandestino". O oitavo trabalho do grupo veio após cinco anos sem discos de estúdio, atraso justificado pela morte da mãe do vocalista Fher Olvera, vítima de câncer em março de 2010. "Logo depois uma irmã dele morreu e também perdemos um empresário bastante próximo", lamenta.
"Não terminaríamos o disco até Fher estar bem. O disco poderia esperar. Isso atrasou um pouco e mudou os rumos das gravações", explica. O título do CD veio dessas perdas. "A vida é cheia de drama, mas há também coisas positivas que surgem da tragédia. Passamos a dar mais valor à vida. A música tem o poder de curar. Sentimos isso na pele." G1

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