23/10/2011

Grande produtora de petróleo, Líbia vê seu futuro nas mãos de potências mundiais

Rebeldes vigiam unidades de refino e armazenamento de petróleo


A guerra contra o regime de Muammar Kadafi destruiu boa parte da Líbia, atingiu plataformas de petróleo e deixou a economia em frangalhos.

Agora, após a morte do ex-ditador, o Conselho Nacional de Transição (CNT) terá a missão de reconstruir o país, enquanto não há convocação de eleições gerais.

Além de assegurar serviços básicos, como energia elétrica e fornecimento de água, os rebeldes precisam priorizar a retomada das exportações de petróleo, que é o principal motor da economia da Líbia e que sempre sustentou as regalias de Kadafi e sua turma. A petrolífera italiana Eni já se comprometeu a fornecer gasolina e gás à Líbia em troca de futuros pagamentos em petróleo.

A Líbia possui reservas de óleo no total de 44 bilhões de barris, mas demonstra sérias dificuldades em explorar os recursos. Somente uma onda de investimentos pode mudar esse quadro. Antes da guerra, o país vendia cerca de 1,5 milhão de barris ao exterior, o que representa quase 95% das receitas com exportações.

As previsões mais otimistas indicam que a retomada para valer da produção de petróleo acontecerá apenas no ano que vem, recuperando o nível pré-guerra entre 12 e 24 meses. A companhia petrolífera francesa Total, que suspendeu em fevereiro sua produção na Líbia pelo agravamento da situação política no país, disse recentemente que pretende reiniciar suas atividades assim que a situação se acalmar.

No último relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), não há projeções para a economia da Líbia em 2011. O órgão diz que as informações são insuficientes para a formulação de estimativas.

A Líbia tem uma população de 6,5 milhões de pessoas, com uma renda per capita de 15 mil dólares. A concentração da renda nas mãos de uma minoria sempre foi uma marca registrada do país. Não é à toa que a Líbia era conhecida como “um rico Estado petroleiro pobre”.

Nenhum comentário: