Cena do documentário 'Marley', sobre o músico Bob Marley |
"Não crescemos pensando no dinheiro, mas em ajudar as pessoas", afirmou Rohan Marley, um dos doze filhos do músico jamaicano, que lembrou de uma passagem de sua infância para ilustrar o caráter do pai.
Num domingo, ele e seu irmão Stephen estavam no jardim, com a cerca fechada. A casa permanecia aberta de segunda-feira a sábado, e a população que trabalhava na rua entrava no jardim do músico, que oferecia comida ou dinheiro.
Rohan disse que na ocasião eles falaram: "hoje não, hoje é domingo". Mas Bob Marley viu o que se passava, disse que precisava ajudar os outros e permitiu a entrada das pessoas.
"Utilizamos o dinheiro para ajudar as pessoas, o dinheiro é uma ponte rumo a um objetivo, continuamos com o trabalho do meu pai", explicou Rohan numa comovente entrevista coletiva.
Para o diretor do documentário, o músico "foi uma das personalidades culturais mais importantes do século XX". "Ninguém teve o impacto que ele teve em nível internacional. Foi uma personalidade de relevância política e filosófica", afirmou Macdonald.
Para rodar o documentário, o cineasta teve acesso, graças à família de Marley, a vários documentos e pessoas próximas do cantor.
O realizador, ganhador de um Oscar de Melhor Documentário por One Day in September, sobre o sequestro de atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique de 1972, apresenta em Marley um material de arquivo em muitos casos desconhecido para o público.
O documentário também tem trechos de shows e entrevistas e inclui entrevistas com músicos, amigos, amantes e parentes de Bob Marley, entre eles seus doze filhos e sua esposa, Rita.
"Crescemos com muitas mães na vida. Nunca tivemos conflitos entre nós, crescemos juntos" comentou Rohan Marley a respeito da vida sentimental de seu pai.
O objetivo de Macdonald era que a apresentação do filme coincidisse com o 50º aniversário da independência da Jamaica, que será comemorado este ano. O diretor lembrou também que a banda The Wailers, da qual Bob Marley fazia parte, foi criada há 50 anos.
"Queria que o filme fosse o mais íntimo possível. Espero ter levado as pessoas não a lenda, mas o que foi Marley como pessoa. Espero que o público possa escutar sua música de outra maneira quando acabar de ver o filme", finalizou.
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