01/03/2012

"No Oscar, recebi propostas de três cineastas norte-americanos", revela Carlinhos Brown

Primeiro baiano a concorrer a um Oscar, Carlinhos Brown não nega suas origens. O artista de 49 anos dedica todo sucesso alcançado a sua vitoriosa trajetória. Cantor, percussionista, compositor e produtor, Brown concorreu a estatueta de melhor canção original e mesmo não trazendo o prêmio para casa, voltou à Bahia como grande vencedor. Convites para gravar trilhas sonoras de longas estão entre as boas notícias que trouxe dos Estados Unidos. "No Oscar, recebi propostas de três cineastas norte-americanos", revelou Brown em entrevista ao Portal iBahia.

Carlinhos Brown exibe os certificados que recebeu da Academy Awards, do Oscar

Mas para o 'cacique' baiano, o melhor do Oscar foi o carinho que recebeu dos brasileiros. "Mesmo de longe, amigos como Ivete Sangalo, Preta Gil, Márcio Victor e Pedro Tourinho me fizeram Trending Topics mundial. Isso foi muito importante", explicou.

Carlinhos Brown assinou a composição de 'Real in Rio', música que faz parte da trilha da animação Rio, junto com o amigo e parceiro Sérgio Mendes. Além de Rio, o cantor emprestou a voz para Tainá 3 - A Origem e Velozes e Furiosos e assina a trilha de Capitães da Areia, entre outros. Leia a entrevista na íntegra.

Como foi a recepção do público no ‘tapete vermelho’ do Oscar?
Fiquei maravilhado porque eu nunca tinha passado por ali e me impressionou a quantidade de gente batendo palmas e gritando. Acho que era o turbante estilo Filhos de Gandhy, que é muito diferente (risos). Mas o importante é sair disso tudo com a mesma nobreza de antes. Sou muito agradecido pela oportunidade.

O que mais te marcou no Oscar?
O melhor de tudo foi ver o carinho dos amigos. Mesmo de longe, amigos como Ivete Sangalo, Preta Gil, Márcio Victor e Pedro Tourinho fizeram uma coisa que talvez eles não tenham noção da importância. No meio de tantas estrelas, me fizeram Trending Topics mundial. Acho que isso, realmente, a Academia deve ter percebido. Existe a indústria e existe a arte e a arte é inatingível.  Também fiquei muito emocionado em ver que a nossa cultura realmente é Top mundial. A cultura brasileira e baiana é muito maior que tudo isso, que o próprio prêmio.

Conheceu alguma personalidade estrangeira que admira?

Com certeza. O Charles Fox, compositor de Killing Me Softly, que é uma música que sou fã.  Ele é um senhor e eu não sabia. O George Clooney, a Angelina Jolie, o Brad Pitt. Muita gente que você vê passando e fala. Foi muito honroso.

Se você tivesse levado o Oscar, como seria o seu discurso?
Estava certo de Sérgio Mendes falar. Mas se eu dissesse alguma coisa, agradeceria a todos os brasileiros e baianos e diria que nosso povo tem que encontrar sempre o melhor caminho para ser vitorioso e esse caminho é sempre a formação, a educação e o apoio familiar. A gente não precisa sofrer para ser vitorioso, só precisa estudar.

E para quem você dedicaria a estatueta?
Já estava dedicada para o meu povo. E eu acho que foi até uma premonição. Falei há algumas semanas, que trocava o Oscar pela paz na Bahia e foi o que aconteceu. Esse foi o meu maior prêmio.

Foi divulgado que você recebeu propostas para produzir trilhas para outros filmes. De quem recebeu esses convites?
Não posso falar quais propostas recebi porque senão estaria quebrando o sigilo.

Mas foram muitas propostas?

Foram três, de três diretores norte-americanos, mas não posso falar mais nada. E eu acho que esse já é um caminho importante porque são filmes externos. A única coisa que posso falar é que acabei de gravar a trilha de Tainá.

O Sarau Du Brown deste fim de semana vai ter um gostinho especial por ser 'pós-Oscar'?
Sim. Acima de tudo, por ser 'pós-Carnaval'. Estaremos encerrando o Carnaval da Bahia e o sarau, que foi um êxito, com amigos muito queridos.

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