O planeta rochoso, chamado "55 Cancri e", orbita uma estrela como o
sol a 40 anos-luz de distância na constelação de Câncer, movimentando-se
tão rápido que um ano lá dura apenas 18 horas.
Descoberto por uma equipe de pesquisa franco-americana, o planeta tem
raio duas vezes maior que o da Terra, mas é muito mais denso, com uma
massa oito vezes maior. Também é incrivelmente quente, com temperaturas
em sua superfície atingindo 1.648 graus Celsius.
"A superfície deste planeta é provavelmente coberta de grafite e
diamante em vez de água e granito", disse o pesquisador Nikku
Madhusudhan, de Yale, cujas conclusões deverão ser publicadas no Letters
Astrophysical Journal.
O estudo, feito com Olivier Mousis do Institut de Recherche en
Astrophysique et Planetologie em Toulose, na França, estima que pelo
menos um terço da massa do planeta, o equivalente a cerca de três massas
terrestres, poderia ser de diamante.
Planetas-diamante já foram vistos antes, mas esta é a primeira vez
que um foi localizado orbitando em torno de uma estrela parecida com o
Sol e estudada em tantos detalhes.
"Este é o nosso primeiro vislumbre de um mundo rochoso, com uma
química fundamentalmente diferente da Terra", disse Madhusudhan,
acrescentando que a descoberta do planeta rico em carbono significa que
não se pode mais acreditar que planetas rochosos mais distantes teriam
componentes químicos, interiores, ambientes ou biologia semelhantes à
Terra.
O astrônomo David Spergel, da Universidade de
Princeton, disse que é relativamente fácil desenvolver a estrutura
básica e histórica de uma estrela, uma vez que se descobre sua massa e
idade.
"Os planetas são muito mais complexos. Esta 'super-Terra cheia de
diamantes' é provavelmente apenas um exemplo dos ricos conjuntos de
descobertas que nos esperam, à medida que começamos a explorar planetas
em torno de estrelas próximas".
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