19/11/2012

Compras coletivas: o mar não está mais pra peixe?

Descontos em restaurantes, salões de beleza, hotéis e clínicas estéticas. A febre das compras coletivas levou à multiplicação das empresas responsáveis pela promoção dos famosos cupons. Mas os dias de bonança parecem ter ficado para trás, tanto pela queda da procura dos serviços quanto pelo aumento da desconfiança dos investidores sobre o potencial de crescimento desse tipo de negócio. Há um ano, as ações do Groupon, maior companhia do segmento, estrearam na bolsa americana com um preço de 28 dólares.

Hoje, os papéis valem cerca de 10% desse valor. Por aqui, há uma constatação óbvia: as compras coletivas já não fazem sucesso como outrora. Os 1.050 sites que operavam no país foram reduzidos para cerca de 800. As reclamações contra esses sites aumentaram 400% no primeiro semestre deste ano, segundo o Procon-SP. O setor também deverá crescer bem menos. De acordo com dados do InfoSaveMe, de janeiro a junho foram movimentados 731,7 milhões de reais, uma expansão de apenas 2% sobre o mesmo período do ano anterior. Como base de comparação, as vendas dos sites de compras coletivas subiram 644% em 2011, chegando a 1,6 bilhão de reais. Nesse cenário, o Peixe Urbano, que fica atrás do Groupon na liderança do mercado nacional, vem diversificando o negócio para recuperar suas margens. Além das tradicionais ofertas, a empresa também fez investimentos para ofertar serviços de delivery e de reservas. No começo de novembro, foi a vez de o Peixe abrir sua agência de viagens. "O modelo é como um castelo de cartas", afirmou um consultor do setor, que pediu para não ter o nome revelado. "Há questionamentos sobre a qualidade na entrega do serviço e clareza de informação, sem contar a confusão entre consumidor e prestador de serviço. Não é trivial gerenciar essa equação de maneira que todos terminem satisfeitos", completou. O mar não está para peixe? Segundo EXAME.com apurou, a situação vivida pelo Peixe Urbano ilustra, a seu modo, as dificuldades financeiras enfrentadas no setor. A empresa esperava que os recursos levantados na última rodada de investimentos, que aconteceu em janeiro deste ano, durassem cerca de um ano. Mas o ambiente se mostrou mais desafiador que o previsto.Leia mais.

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