Há alguns meses atrás presenciávamos na televisão a terrível tragédia no Morro do Bumba, comunidade carioca erguida em cima de um monte de lixo, onde no terreno funcionava um lixão na década de 50.
Agora, a mais nova catástrofe que estampa jornais, sites e noticiários em todo o país e até com destaque internacional, é o caos causado pelas chuvas que fizeram transbordar rios em pequenas cidades nos Estados de Alagoas e Pernambuco. Imagens paralisantes, destruição alastrante de vidas, sonhos e bens. Geralmente os pobres, aqueles que já não tinham nada ou bem pouco, são os mais atingidos e se já tinham pouco , acaba sobrando -lhes de bem a própria vida. E a cena de pessoas de pessoas vagando pelas ruas sem teto para onde retornar, literalmente sem lenço e sem documento, comove a todos e nos faz até mesmo esquecer de nossos problemas e pensar naquele próximo.
É tudo muito triste. O país se mobiliza, a mídia investe em campanhas, as grandes empresas ajudam, enfim, todos que podem dar suas contribuições se juntam para ajudar de imediato, o que é mesmo preciso e válido, uma mobilização social necessária, já que o Governo não tem condições de arcar com tudo (o que é até engraçado se formos lembrar a quantidade de impostos que se paga neste país). Mas o que fica de questionamento é, e DEPOIS? O que será dessas pessoas? Dessas gentes? Dessas cidadelas? Quando e será que elas conseguirão se reerguer novamente de uma forma que caiminhem com dignidade?
Não se tem resposta a essas perguntas no momento, mas o que fica claro é que fazer filantropia e campanhas que acabam se tornando até mesmo mershandises ajudam por um curto período de tempo, mas logo aparece uma nova tragédia e os olhos de todos se voltam para os novos degregados, exemplo forte disso temos da cidade de Santa Catarina, quando também sofreu com enchentes há dois anos. Como estarão os assolados?Todos ganharam casas e vivem felizes? Não sabemos...E pergunta-se também, e o Morro do Bumba, que já não se fala mais? Será que seus moradores continuam tendo assistência?
O que se deve além de ajudar no momento de adversidade é acompanhar e garantir que o trauma seja tratado e que a vida seja retomada e garantir meios para que aquela gente, aquela família vá para uma área onde não mais exista perigo iminente, sem contar no tratamento e consciência ambiental, que em nosso país é limitadíssimo e além de tudo, já que as tragédias ambientais se tornam cada vez mais comum, que o Governo e a sociedade civil organizem formas e até mesmo um fundo para ajudar os sofredores de possíveis tragédias, para que quando ocorram, haja ao menos ajuda em dinheiro. Sabemos que existe a Defesa Civil, mas esta, faz muitíssimo pouco diante das proporções.É preciso que a palavra FUTURO seja esperança e mais que alento que resurge em meio aos escombros e cadáveres, tem que ser garantia do Estado!
Seguem abaixo imagens da tragédia em cidades do Nordeste.
Quais serão as próximas??
Ana Paula Duarte.
Postagem igualmente disponível em:
Um comentário:
As imagens me causam indignção. E cresce ainda mais, a minha revolta e vontade de fazer diferente.
Postar um comentário