30/06/2010

Uma Gaveta

Hoje eu recebi um buquê de flores.Que mulher não gostaria de receber?E quando chegou em minhas mãos, junto com um cartão, eu juro que por alguns instantes, vi seu nome no remetente e vibrei de emoção.Rosas vermelhas.Vibrantes, macias, cheirosas...Tão lindas, me remeteram a outros tempos, tempos mais vermelhos, tão bonitos como aquelas rosas.Infelizmente o remetente não era você.E demorou um pouco para que eu conseguisse digerir essa verdade.O remetente, outro alguém nada importante, nada especial, ressucitara do passado a fim de adentrar no meu presente.
As flores, tratei de pôr num vaso com água e zelar por elas.O cartão, joguei na gaveta, dentro de uma caixa cheia de papéis antigos, declarações antigas, documentos velhos, coisas nada consideráveis.O que está feito está feito. Mesmo que eu quisesse não poderia voltar atrás. Serão linhas insanas estas que aqui digito? Será que amanhã as rosas vermelhas amanhecerão com o mesmo vigor, ou já estarão murchas?Não sei, não sei e quanto mais me indago, mais me perco.
E será que eu, algum dia, receberei flores junto com um belo cartão, onde o remetente seja você, mas eu já não esperarei por elas?...E o cartão acabará indo parar na gaveta...A gaveta que guarda lembranças, fotos, documentos, papéis e mais papéis, infindáveis papéis...Que já não fazem sentido, que já não têm importância e nem causam sentimento nenhum.
E pode ser que tudo acabe dentro de uma gaveta.


Ana Paula Duarte, composta de gavetas...em cada uma, vida e historinhas.

Um comentário:

À PÉ ATÉ ENCONTRAR disse...

Acho que me alimento de meu prórpio vômito!
:0