O mundo enfrentará grande desafio nos próximos anos: aumentar a oferta de alimentos para suprir a demanda gerada pelo crescimento populacional. A Organização das Nações Unidas estima em mais de 9 bilhões de pessoas a população global até 2050.
Ou seja, um aumento de 2,5 bilhões nos próximos 40 anos.
A fome é uma calamidade em áreas pobres do globo hoje, notadamente países do terceiro mundo localizados, principalmente, na África.
Graças, claro, à má distribuição da riqueza no planeta. Falta comida em áreas carentes enquanto sobram víveres em regiões desenvolvidas.
O crescimento populacional, entretanto, acrescenta ingrediente perigoso na dieta futura da humanidade, o limite da produtividade no campo para alimentar a expansão do número de habitantes por metro quadrado na superfície terrestre.
Afinal, o país tem área agriculturável em estoque, além de milhões de hectares degradados que podem retornar ao processo produtivo com baixo esforço. E o agricultor nacional tem ainda condições ambientais favoráveis, pois pode colaborar de forma consistente com práticas de plantio e cultivo com vistas à diminuição do aquecimento global.
Além de poder associar a produção de alimentos à preservação de áreas fundamentais para o equilíbrio do ecossistema ambiental mundial, como é o caso da Amazônia. Ter controle sobre desmatamento é o primeiro compromisso com toda essa articulação de governo como setor produtivo.
Tudo isso exige estratégia e ação firmes para se alcançar resultados positivos. É preciso incentivar a recuperação das áreas degradadas, aprimorar o seguro rural, desonerar a produção que se destina ao mercado externo e ao consumo das classes carentes.
O governo do presidente Lula já iniciou algumas dessas ações quando se propôs a combater a fome no Brasil no início do primeiro mandato.
Precisamos da continuidade e do aprofundamento de pontos básicos para garantir o futuro do país e fornecer alimentos para o mundo.
A tecnologia é fundamental para permitir esses avanços, aumentar a produtividade e ganhar novos mercados. Já existem técnicas de plantio para medir a exata quantia de fertilizante necessário, evitando desperdício e contaminação dos mananciais de água, outro item da pauta de preservação ambiental a ser tratado de forma prioritária pelo Estado.
A sustentabilidade da produção deve estar na pauta da agropecuária brasileira de forma inequívoca.
O Código Florestal em discussão na Câmara dos Deputados se aplica a alguns desses tópicos. Sobre outros, precisamos avançar em análise, na implementação legal de regras e aplicação prática dessas decisões. Existe caminho de equilíbrio a ser percorrido.
Nele, deve-se observar o cuidado com o local em que vivemos, assim como as condições para garantir nossa sobrevivência no futuro. Conciliar os dois pontos torna-se questão vital diante das previsões demográficas para o futuro.
Michel Temer- Presidente da Câmara dos Deputados
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