O diagnóstico de câncer não é suficiente para convencer o fumante a abandonar o vício.
Um levantamento realizado pelo Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), feito com os 6 mil pacientes que todo mês dão entrada na unidade, mostrou que 35% deles são tabagistas. Deste total, seis em cada 10 não conseguem largar o cigarro mesmo após o diagnóstico, o que compromete a eficácia do tratamento.
Para os especialistas, a resistência reforça que o vício do tabaco é um dos mais difíceis de ser combatido. Para as pessoas que já experimentam a seqüela mais grave do cigarro – o câncer – o hábito de fumar é ainda mais nocivo.
Segundo o Icesp, as substâncias químicas presentes no fumo, dificultam a cicatrização de pessoas submetidas às cirurgias oncológicas, elevam a pressão arterial e fazem com os medicamentos utilizados na quimioterapia tenham efeito reduzido.
“Infelizmente a grande maioria relata dificuldades para abandonar o cigarro, mesmo após receberem o diagnóstico de câncer. Mas é fundamental que essa realidade mude, não só por melhorar a qualidade de vida das pessoas como para ajudar na luta contra a doença”, alerta Frederico Leon Arrabal Fernandes, médico pneumologista do Icesp.
Dia nacional contra o fumo
Os males do cigarro ganharam ênfase esta semana porque na próximo domingo, 29, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Diversas sociedades médicas organizaram eventos para, em coro, estimularem a população a abandonar o tabagismo.
Fumantes nacionais
Os números do Ministério da Saúde com a população adulta apontam que, atualmente, 15,5% dos maiores de 18 anos são fumantes. A série histórica mostra tendência de queda. Em 2006, eram 16,2% e há 20 anos eles já somaram cerca de 30%. Ainda assim, o consenso é de que esta parcela precisa ser ainda mais reduzida para não só diminuir a ocorrência de doenças crônicas – as mortes cardiovasculares são a principal causa de óbito no País – como também atenuar os custos de internação destes pacientes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 30% do orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) reservado para tratamento oncológico é destinado aos fumantes.
Para convencer mais pessoas a pararem de fumar, a Sociedade Brasileira de Cardiologia preparou um manual sobre os principais benefícios do abandono do vício, alguns sentidos 20 minutos após parar de fumar. Saiba quais são eles:
Benefícios ao parar de fumar
Após 20 minutos: a pressão e a freqüência cardíaca voltam ao normal
Após 8 horas: o nível de monóxido de carbono no sangue normaliza
Após 24 horas: diminui o risco de ataque cardíaco
Após 48 horas: o olfato e o paladar melhoram
Após 72 horas: a capacidade pulmonar aumenta em até 30%
Após 2 semanas: a circulação sanguínea aumenta e caminhar torna-se mais fácil
De 1 a 9 meses após parar de fumar: há um aumento da capacidade física e energia corporal
Após 5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual ao de uma pessoa que nunca fumou.
Fonte: IG

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