22/09/2010

Dilma falha, Serra “desliza”, a mídia afunda

Há menos de 20 dias, a Folha publicou, como manchete, em letras garrafais, a tal “falha” de Dilma que virou folclore na internet, pelo fato de se atribuir a ela algo que foi determinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os critérios para a definição da “tarifa social” de eletricidade.

Hoje, numa página interna do caderno Eleições, o jornal da Barão de Limeira, no exercício de sua imparcialidade jornalística diz que Serra cometeu “deslizes” numa entrevista, demonstrando que desconhece os critérios de inscrição no Cadastro Único, que define beneficiários dos programas sociais do Governo – entre eles a “tarifa social” de energia – e os de concessão do Bolsa Família.

O primeiro abrange todas as famílias onde a renda per capita fica abaixo de meio salário mínimo – R$ 225 – , enquanto para receber o auxílio do Bolsa Família a renda tem que ser muito menor: R$ 140 por pessoa.

Logo em seguida, mostra nem mesmo saber que existe um prazo para que a pessoa inscrita no Bolsa Família consiga um trabalho sem perder o benefício – justamente para que não aconteça aquilo que a sua mulher, Monica, disse que ocorria: as pessoas não aceitarem trabalho por medo de perder o benefício. E, como pode dizer qualquer coisa, prometeu fazer o que já existe há tempos.

Não é apenas a falta de equilíbrio, porém, que chama atenção. Afinal, já nos acostumamos à parcialidade da Folha e de quase todos os demais grandes veículos de comunicação.

É a impunidade que se concede a Serra e a todo e qualquer um que queira apresentar denúncias e promessas que o beneficiem.

Disse que ia criar o 13 do Bolsa família e elevar para R$ 600 o salário mínimo de uma só tacada. E, nos raríssimos questionamentos que recebeu sobre estas questões, limitou sua resposta a um simples “eu sou economista, sei fazer contas, sei onde cortar”.

E mais não disse nem lhe foi perguntado. Que vergonha para um jornalismo que diz estar sofrendo “pressões” autoritárias. Pressão autoritária sobre jornalistas, ao que eu saiba, são as que acontecem em telefonemas noturnos ordenando que, aos profissionais minimamente independentes, “cortem-lhe as cabeças”.Fonte: Blog Tijolaço.

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