14/09/2010

Dilma sai em defesa de ministra da Casa Civil, mas rejeita ligação com campanha

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, saiu em defesa de sua principal assessora quando era ministra da Casa Civil, hoje titular da pasta, Erenice Guerra, nesta terça-feira (14). Dizendo acreditar que Erenice se empenhará nas investigações de suspeita de tráfico de influência de seu filho, Israel Guerra, Dilma chamou a denúncia contra a ministra de “factoide”.

- Não me sinto atingida com essa denúncia. Acho essa denúncia mais um factoide.

Segundo reportagem publicada nesta semana pela revista Veja, o filho da ministra teria feito tráfico de influência para empresas aéreas interessadas em firmar contratos com os Correios e obter renovação na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Após a publicação, Erenice divulgou uma nota negando as denúncias e anunciando ainda um processo contra a revista, que chamou de caluniosa. Ela também pediu a abertura de investigações sobre o caso.

Durante entrevista em Brasília, Dilma fez uma distinção entre Erenice e Israel. A petista defendeu a mãe, mas evitou se pronunciar sobre o filho.

- Não vou admitir qualquer tentativa de transformar problemas havidos com filhos de pessoas do governo, no caso a ministra Erenice [em problemas da minha campanha].

Dilma afirmou que não comentaria se acha que Erenice deve continuar no cargo, dizendo que decisão cabe a ela.

- A ministra Erenice tem todos os requisitos para saber como se comportar.

A candidata do PT usou os pedidos de investigação de Erenice à Comissão de Ética da Presidência da República e à CGU (Controladoria Geral da União) para dizer que considera que a ministra vai se empenhar para que o caso seja investigado.

Questionada se Erenice continua cotada para participar de um eventual governo seu, a ex-ministra disse que não falaria sobre cargos antes das eleições, mas discursou como se a vitória no primeiro turno já estivesse garantida.

- Não há "no meu governo", porque ele não existe, ele só existirá em 3 de outubro, nenhum nome certo. Jamais aceitei esse tipo de proposta. Seria uma absoluta pretensão basear em pesquisa para me julgar eleita.

Posteriormente, DIlma negou que ao dizer que o governo "só existiria" em 03 de outubro estivesse dando como certa uma vitória no 1º turno.

- Não me considero eleita coisíssima nenhuma. (...) Não tem como chegar no 2º turno sem passar pelo 1º.

Hoje também, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, anunciou que acionou a Polícia Federal para investigar as denúncias de tráfico de influência envolvendo a ministra da Casa Civil e seu filho. Barreto, no entanto, afirmou que o foco da investigação não é a ministra.R7.

Nenhum comentário: