24/09/2010

Queda de Luxemburgo reforça era de técnicos “descartáveis” e completa ciclo de demissões

A demissão do técnico Vanderlei Luxemburgo do Atlético-MG, após a derrota do time para o Fluminense, por 5 a 1, nesta quinta-feira (23), fez com que todos os times do Campeonato Brasileiro já tenham trocado de treinador ao menos uma vez desde o início do ano. A saída de Luxa também realçou o declínio de um dos treinadores mais vitoriosos do Brasil, que tem encontrado dificuldade sem precedentes para obter êxitos.

A qualidade “descartável” do cargo de treinador é mais forte do que parece. Apenas Botafogo, Fluminense e Guarani mantêm seus técnicos desde o início do Brasileirão, mas trocaram de comandante no primeiro semestre. Assim, o mais antigo treinador da Série A é agora o botafoguense Joel Santana, que assumiu o cargo em janeiro, depois de o Alvinegro sofrer uma goleada por 6 a 0 diante do Vasco, ainda na Taça Guanabara.

Esses números são muito incompatíveis com os dados de outros países. A Inglaterra é o local mais emblemático para essa comparação. Alex Ferguson, treinador do Manchester United, está no cargo há 24 anos. Arsène Wenger, do Arsenal, é técnico do clube londrino há menos tempo: “apenas” 14 anos.

É verdade que, em algumas ocasiões, a demissão não ocorreu em virtude dos resultados. É o caso do líder Corinthians, que perdeu Mano Menezes para a seleção brasileira e teve de recorrer ao ex-cruzeirense Adilson Batista. No Ceará, PC Gusmão saiu por uma melhor oportunidade no Vasco. Contudo, a equipe cearense entrou para a estatística negativa pouco depois, ao demitir Estevam Soares e Mário Sérgio.

Nesta semana, o técnico mais vitorioso do ano até agora, o santista Dorival Júnior, foi demitido em uma das movimentações mais polêmicas do mercado dos treinadores. Ele quis barrar o atacante Neymar do jogo contra o Corinthians, por indisciplina. A diretoria do Peixe disse que tinha combinado o contrário com ele e optou pela sua saída.

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