Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB). A escolha de qual candidato Marina Silva (PV) apoiará no segundo turno da eleição presidencial será anunciada em até 10 dias. A informação veio de coordenadores da campanha, após reunião com a senadora, que não descartaram uma terceira hipótese: a neutralidade entre os dois candidatos que já procuraram Marina. À noite, em São Paulo, a senadora disse que espera decidir nos próximos 15 dias.
No antigo comitê de Fabio Feldmann (PV), candidato derrotado ao governo de São Paulo, a senadora revelou que recebeu telefonemas de Dilma e Serra. A conversa com ambos foi rápida e não avançou além dos parabéns pela votação expressiva de Marina, que os cumprimentou pelo resultado nas urnas.
No domingo, a candidata conquistou 19,3% dos votos válidos ao Planalto - quase 20 milhões de eleitores. O resultado transformou Marina Silva em aliada disputada para a fase final.
De acordo com Marina, será estabelecido agora um processo de negociação dentro do PV, no qual a prioridade será ouvir a opinião dos grupos que apoiaram a sua candidatura e os principais pontos da plataforma do partido a serem apresentados aos dois candidatos que passaram para o segundo turno.
'Respondi (a Dilma e a Serra) que ia viver um processo e que ia me posicionar', disse, acrescentando ainda não ter uma decisão pessoal e que o primeiro passo será conversar com a coordenação nacional do PV. 'Vou ser coerente com as minhas posições.'
A senadora do PV disse também que o processo de definição do partido será aberto e democrático, 'à altura' do obtido nas urnas no primeiro turno. 'Temos a consciência de que o resultado que tivemos é muito maior que o partido', afirmou.
Por ora, Marina limitou-se a preparar um roteiro que prevê a convocação de uma convenção do PV, já prevista em caso de Marina não ir para o segundo turno. A data deve ser definida hoje.
O debate sobre o apoio a Serra e a Dilma, por enquanto, não tratará da participação do PV num futuro governo. Segundo Marina, a escolha será feita com base nas propostas de programa de governo apresentadas no primeiro turno. A coordenação da campanha fixará temas prioritários para discutir com Serra e Dilma.
No primeiro turno, Marina defendeu a erradicação do analfabetismo no conjunto de medidas para melhorar a qualidade da educação, que incluía aumento de gastos públicos no setor.
Aumento de gastos em educação e saúde estariam condicionados à melhoria da qualidade dos serviços, definida por meio de metas, previa o programa, que fala de uma terceira geração de programas sociais como o Bolsa-Família. A proposta previa ainda atenção especial às áreas de transporte público e moradia popular.
Enquete. Desde ontem, o Movimento Marina Silva pergunta a eleitores,pela internet, sobre qual deve ser a escolha da senadora. 'Que posição você sugere à Marina no segundo turno?', diz a mensagem encaminhada por e-mail.
O texto reproduz parte do discurso Somos vitoriosos, feito por Marina na véspera. 'O voto não é da Marina, nem de José Serra, nem da Dilma. O voto, fora de visão patrimonialista das coisas, é do eleitor', discursou ela ao admitir a derrota, no domingo.
Até ontem à noite, 1, 5 mil respostas haviam sido registradas pelo Movimento Marina Silva. As respostas se dividem no apoio a Serra e Dilma e há quem defenda a neutralidade.Estadão.
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