14/03/2011

Insatisfeito, Muricy deixa o comando do Fluminense


A Era Muricy Ramalho no Fluminense chegou ao final na noite deste domingo, 13 de março. Depois do empate sem gols no clássico contra o Flamengo, em confronto válido pela terceira rodada da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca, o comandante da equipe das Laranjeiras pediu demissão nos vestários do Estádio do Engenhão, dez dias antes do confronto decisivo diante do América-MEX, pela fase de grupos da Copa Libertadores da América.

"Tomei esta decisão há alguns dias, mas devido ao clássico de hoje, achei correto esperar o jogo. Quando cheguei ao clube foram prometidas duas condições: uma equipe para ser campeã e a melhoria na estrutura física do clube. O segundo, no entanto, não aconteceu", alegou o treinador, por intermédio de um comunicado divulgado pela assessoria pessoal.

Campeão brasileiro em 2010 pela equipe tricolor, Muricy fez história ao finalizar um jejum de 26 anos sem títulos de Brasileiro na última temporada. Entretanto, a precoce eliminação para o Boavista nas semifinais da Taça Guanabara, primeiro turno do Estadual, e a campanha pífia após três jogos na Libertadores - o Fluminense soma dois pontos e ocupa a terceira colocação - foram fundamentais para o prestigio do treinador terminar com a diretoria.

Por outro lado, o técnico também não se mostrou à vontade em 2011, principalmente pelo fato de alguns pedidos do treinador não terem sido atendidos. Ao assinar com a equipe, Muricy Ramalho cobrou a melhora na estrutura do Estádio das Laranjeiras, a construção de um Centro de Treinamento e a não contratação de alguns reforços pedidos pelo profissional.

Depois do confronto diante do Flamengo, neste domingo, o comandante permaneceu por mais de 30min nos vestiários do Engenhão, reunido com jogadores e comissão técnica. O tom da conversa foi de despedida e os atletas deixaram o ambiente muito abatidos pelo pronunciamento oficial do, agora, ex-comandante

O treinador vinha fazendo críticas públicas à estrutura do Fluminense e até chegou a dar um "pito" no presidente Peter Siemsen ao afirmar que o papel do dirigente era torcer. Neste domingo, até os jogadores sentiram um comportamento diferente do técnico no clássico.

"Senti algo de diferente nele hoje. Não estava elétrico e agitado como em outras ocasiões", afirmou o meia Souza, que convive com Muricy desde a época na qual o treinador foi tricampeão brasileiro pelo São Paulo.

Agora oficialmente ex-funcionário do Fluminense, Muricy Ramalho tem o nome cogitado para dirigir o Santos, que está sem técnico desde a saída de Adilson Batista - atualmente, o clube da Vila Belmiro é comandado pelo interino Marcelo Martelotte.

Por outro lado, o time carioca estuda a possibilidade de acertar com Dorival Junior, atualmente no Atlético-MG, ou até Caio Júnior, que deixou neste domingo o Al Gharafa, do futebol do Catar.

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