A proposta da Secretaria Municipal de Saúde é reduzir 25% do valor pago a cada uma das 433 clínicas que atendem, em média, 1,9 milhões de pessoas ao mês.
De acordo com o secretário Gilberto José, o motivo é evitar o aumento da dívida do município. “A Secretaria recebe R$ 24 milhões do Governo Federal e gasta R$ 30 milhões. Então, fechamos o mês com R$ 6,1 milhões de dívida. Precisamos recompor este teto. Enquanto não conseguimos isto junto ao Governo Federal nós teremos que procurar alternativas para evitar este sangramento nos recursos públicos”, afirma.
Se a decisão for confirmada e combinada com a paralisação da rede particular conveniada ao SUS, médicos acreditam que pelo menos 500 mil pessoas deixarão de ser atendidas. O presidente da Associação de Hospitais, Marcelo Brito, informa que a situação irá acarretar na falta de assistência à população que depende do serviço público. “Nós vamos ter que interromper o atendimento uma semana por mês e o meu receio é que tenhamos problema de desassistência. Estamos avisando com antecedência que, do dia 16 a 28, a população deverá procurar exclusivamente os postos da prefeitura e os hospitais públicos”, informa.
O dono de hospital, José Carlos Peixoto, prevê o caos. “O caos virá. A rede pública tem limite de atendimento”, opina.
No bairro do Imbuí, a população que procura os postos de atendimento já reclamam da atual situação. “Todo dia temos filas, o sistema está fora do ar. A gente nunca é atendido”, informa a costureira Cleide Mirian. “É tanta gente doente. O que é isso? O ser humano trabalha o tempo todo e está morrendo. O povo está morrendo. Vamos acordar!'.
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