30/04/2011

Presidente do “google chinês” é o homem mais rico da China continental

A ferramenta de buscas na internet Baidu não apenas desbancou o Google na China como fez de seu presidente, Robin Li, o homem mais rico da China continental. Segundo lista da revista Forbes divulgada nesta semana, Li, de 42 anos, tem a 95ª maior fortuna do mundo.

O império montado por Li na gigante chinesa, que hoje detém quase 80% do segmento na China (os 20% restantes ficam com o Google), foi avaliado em R$ 14,7 bilhões (US$ 9,4 bilhões).

O crescimento da fortuna de Li se deve à crescente onda tecnológica que a China vem experimentando, com um universo online que hoje ultrapassa os 457 milhões de usuários e se estabelece como o maior do mundo, de acordo com o Centro de Informação de Rede e Internet da China (CNNIC, na sigla em inglês).

Estima-se que o Baidu acumule diariamente 42 milhões de acessos diários. De acordo com o balanço divulgado pela empresa na última segunda-feira, o lucro líquido realizado no primeiro trimestre deste ano foi da ordem de R$ 258 milhões (US$ 163 milhões), o que representa um acréscimo de 123% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Google na China

A entrada de Li para a lista da Forbes se dá num momento crucial para a Baidu, que passa por uma crise de imagem no país. Na última segunda-feira, o Ministério da Cultura chinês anunciou que iria punir 14 sites, incluindo o Baidu, por oferecer downloads ilegais de músicas e livros.

Mas a onda de críticas ao buscador se tornou notícia no país já no início deste ano, quando o blogger Han Han entrou com um processo contra a gigante por ferir os direitos autorais de escritores locais. Han Han foi eleito a décima pessoa mais influente do mundo pela revista Time em 2010, ao lado de Li, que também figurou na lista.

Li cofundou o buscador em 2000 para competir com o Google em território chinês, onde a gigante americana se instalou apenas em 2006 com o domínio google.cn.

Sem conseguir um retorno comercial e empatado em um distante segundo lugar na liderança do mercado na China, no ano passado, o Google se recusou a seguir censurando o conteúdo de suas buscas por determinação do governo chinês e denunciou que hackers haviam tentado violar contas de e-mails de ativistas da oposição chinesa.

O escritório do Google em Pequim acabou sendo fechado, e hoje a empresa opera via Hong Kong. Em comunicado divulgado em seu blog oficial em 22 de março de 2010, o Google disse que a autocensura era uma exigência legal não negociável do governo chinês em suas negociações para seguir operando no país.

As reações da sociedade chinesa à saída da empresa da China foram variadas. Alguns internautas postaram comentários de que a manobra do Google contra Pequim era uma ameaça e um 'insulto' aos chineses; outros fizeram comparações entre a qualidade das buscas providas por Google e Baidu - que também tem de cumprir a censura determinada pelo governo.

Bilionários

Robin Li, um dos 115 bilionários chineses da atualidade, é formado em Gerência de Informação pela Universidade de Pequim, a maior do país. Nos Estados Unidos ele obteve um diploma de mestre em Ciência da Computação pela Universidade do Estado de Nova York em 1994.

Antes de retornar à China e criar o Baidu, Li trabalhou como engenheiro de uma empresa no Vale do Silício. Em 1994, o cientista foi responsável pela criação do software utilizado na publicação da edição online do The Wall Street Journal.

Segundo a lista da Forbes, o fundador da Microsoft, Bill Gates, 55, segue como o segundo maior bilionário do mundo, com US$ 56 bilhões, atrás do mexicano Carlos Slim, de 71 anos, com um império avaliado em US$ 74 bilhões.

Também figuram na lista os brasileiros Eike Batista, na 8ª colocação; Jorge Paulo Lemann, na 55ª posição; e Joseph Safra, no 68º lugar.

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